Gretchen passa por cirurgia de retirada de útero após adenomiose; entenda
Cantora fez apelo para que as mulheres façam o acompanhamento de sua saúde ginecológica e fiquem atentas a possíveis sintomas
Gretchen foi internada na manhã desta terça-feira (20) para uma cirurgia de retirada de útero, por conta de uma condição chamada adenomiose.
Nas redes sociais, ela compartilhou o momento no qual estava se preparando para a operação, e destacou: “Estou incentivando sempre as mulheres a se cuidarem. Se cuidem, é muito importante.”
“Eu estou indo fazer essa cirurgia por que eu me cuidei, fiz todos os acompanhamentos. É uma adenomiose benigna e eu estou muito feliz de estar podendo me cuidar”, acrescentou a cantora.
De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a histerectomia — cirurgia de retirada de útero — representa o segundo procedimento mais realizado entre mulheres em idade reprodutiva, superado apenas pela cesárea.
Embora seja uma solução definitiva para a adenomiose, a histerectomia não é o único tratamento possível. A CNN ouviu o ginecologista André Vinícius para entender melhor a condição, como diagnosticar o problema e como tratá-lo.
O que é adenomiose?
O útero é dividido em três camadas: a serosa, camada que o recobre; o miométrio, uma camada muscular intermediária; e o endométrio, a camada que reveste a parte mais interna do útero.
Segundo André Vinícius, um adenomioma é formado quando “o tecido endometrial vai parar no miométrio, ou seja, o tecido que reveste o útero vai parar na musculatura do útero”.
Em casos assintomáticos, a adenomiose costuma ser diagnosticada em exames de imagem, como uma ultrassonografia.
“Através do exame, é possível identificar um miométrio irregular, ou que o útero está com o tamanho maior que o normal, pois a infiltração do tecido endometrial do miométrio pode aumentar o volume do útero, que foi o caso de Gretchen”, explicou o ginecologista.
Quais são os sintomas da adenomiose?
Em casos nos quais há a presença de sintomas, os três mais comuns são:
- infertilidade;
- cólicas menstruais mais intensas;
- e aumento do fluxo menstrual e dos dias do período menstrual.
Segundo André Vinicius, “o exame padrão ouro para identificar essa doença é a ressonância nuclear magnética da pelve, que tem um valor preditivo positivo muito alto, ou seja, tem alto índice de acerto”.
Como tratar adenomiose?
Em pacientes sintomáticas, o tratamento consiste principalmente em controlar os sintomas.
“Para pacientes que apresentam cólicas muito intensas, é possível ajustar medicamentos para controle dessa cólica. Em pacientes com sangramento uterino anormal, é possível fazer um bloqueio hormonal, que geralmente é o tratamento mais indicado para adenomiose”, explicou o médico.
“E como essa doença é localizada dentro do útero, o DIU medicado com levonorgestrel tem uma ação muito interessante, pois diminui as cólicas menstruais da paciente e diminui o fluxo também”, acrescentou.
André Vinícius ressalta a importância do bloqueio hormonal para o tratamento, “assim como aliar a um estilo de vida mais saudável, com prática regular de atividade física, alimentação leve e equilibrada e o controle de estresse”.
Quanto a soluções cirúrgicas, a histerectomia é a mais drástica, mas representa um tratamento definitivo para a mulher que sofre com a condição. “Para as pacientes que querem engravidar, por exemplo, se ela possui uma adenomiose focal, às vezes é possível até fazer uma cirurgia local para a retirada daquele foco”, explicou o médico.