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    Gastrite ou dispepsia: Veja quais as causas, os sintomas e como prevenir

    Especialistas explicam alterações no sistema gastrointestinal e como diferenciar cada situação

    Especialistas explicam alterações que podem levar a sintomas gástricos
    Especialistas explicam alterações que podem levar a sintomas gástricos Mohamed Hassan/Pixabay

    Renata Souzada CNN

    em São Paulo

    Queimação, sensação de estufamento e indigestão são sintomas comuns em quadros de alteração no sistema gastrointestinal.

    Quando há inflamação no revestimento interno do estômago, o diagnóstico é de gastrite. O que muita gente não sabe é que nem sempre a gastrite está associada aos sintomas clínicos citados.

    Segundo especialistas, a apresentação clínica da gastrite vai de assintomática até quadros dispépticos, quando há presença de sintomas, como náuseas, vômito, azia, queimação e desconforto abdominal.

     

    “Por definição, a gente vai chamar de dispepsia funcional o paciente que tenha dor e queimação pelo menos uma vez por semana, por três semanas nos últimos três meses. E que tenha uma endoscopia normal, ou seja, sem presença de úlcera, tumor ou alguma outra doença”, explica o médico André Zonetti, doutor em Gastroenterologia pela Universidade de São Paulo (USP).

    No caso da gastrite, o fator principal da inflamação é o aumento da acidez do estômago.

    “O estômago já tem ácido, já tem o suco gástrico, que é um ácido. A elevação desse ácido e a perda da barreira de muco do nosso estômago vai fazer com que o paciente tenha esse processo inflamatório”, descreve o médico e especialista em endoscopia bariátrica, Eduardo Grecco.

    Segundo informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, as principais causas que levam à gastrite são:

    • Uso prolongado de medicamentos como aspirina ou anti-inflamatórios;
    • Consumo de álcool;
    • Hábito de fumar;
    • Infecção pela bactéria Helicobacter pylori;
    • Gastrite autoimune – ocorre quando o sistema imune produz anticorpos que agridem e destroem as células gástricas do próprio organismo.

    “No Brasil, quase 70% da população tem a Helicobacter pylori no estômago. Praticamente 100% deles vão ter a gastrite, vão ter a inflamação na parte do estômago — uma inflamação leve, mas crônica, que fica no estômago. E quase a totalidade desses pacientes não vão ter sintomas”, afirma Zonetti.

    Já no caso da dispepsia, embora o paciente apresente sintomas, não há, necessariamente, uma causa orgânica que os justifique.

    “Essa dispepsia funcional tem influência de várias outras coisas: às vezes da alimentação, às vezes do estresse emocional. Então, se o paciente fica mais nervoso, ele tem uma sensibilidade maior, ele acaba percebendo mais esse tipo de sintomas”, acrescenta o gastroenterologista.

    Tratamento e prevenção

    Embora não haja correlação direta entre a má alimentação e a inflamação da mucosa do estômago, segundo Zonetti, os hábitos alimentares podem influenciar no funcionamento do sistema digestivo, assim como podem agravar os sintomas relacionados à dispepsia.

    No caso da gastrite, o tratamento vai depender de se há a presença da H. pylori no organismo.

    “Se o paciente tem a bactéria, você trata a bactéria. Se ele não tiver, você inicia, principalmente, o recondicionamento alimentar, que é fundamental, e o uso de medicações. O tratamento medicamentoso costuma durar de quatro a seis semanas. Após esse período, você pode repetir a endoscopia para pesquisar novamente a bactéria, ver se ela foi erradica e verificar se a mucosa do paciente está ok”, esclarece Grecco. 

    De acordo com os especialistas, a longo prazo, a presença da bactéria e a ausência de tratamento da inflamação podem levar ao desenvolvimento de úlceras e, associado a outros fatores, câncer gástrico.

    Em relação à prevenção, de maneira geral, a qualidade da alimentação e a manutenção de hábitos saudáveis contribuem para o funcionamento adequado do sistema gástrico.

    O Ministério da Saúde recomenda:

    • Respeitar os horários das refeições;
    • Optar por fazer pequenas refeições ao longo do dia a fazer uma grande refeição depois de muitas horas em jejum;
    • Mastigar bem os alimentos;
    • Dar preferência a frutas menos ácidas, verduras e carnes magras.

    Além disso, a orientação é de que se evite:

    • Tomar analgésicos;
    • Café;
    • Chá-mate;
    • Chocolate;
    • Refrigerantes;
    • Sal em excesso;
    • Enlatados;
    • Embutidos;
    • Bebidas alcoólicas;
    • Pimenta-do-reino;
    • Leite e derivados;
    • Frituras;
    • Gorduras em excesso.

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