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    Sesc anuncia criação de centro de atendimento para pessoas com deficiência

    Espaço será construído no Rio de Janeiro e deve ficar pronto em três anos; novidade foi anunciada em evento realizado nesta terça-feira (22)

    Ação do SESC reuniu pessoas com deficiência, representantes de universidades, autoridades, pesquisadores e ativistas
    Ação do SESC reuniu pessoas com deficiência, representantes de universidades, autoridades, pesquisadores e ativistas Rafaela Cascardo/CNN

    Rafaela CascardoBruna Carvalhoda CNN

    no Rio de Janeiro

    O Sesc de Copacabana, no Rio de Janeiro, recebeu nesta terça-feira (22) o 1º Fórum Sesc RJ de Educação Inclusiva. O evento discutiu a inclusão para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista – TEA e Trissomia do cromossomo 21 – T21.

    A ação reuniu pessoas com deficiência, representantes de universidades, autoridades, pesquisadores e ativistas da causa. Foram formadas mesas de diálogo sobre o assunto, além da realização de apresentações de dança e contações de histórias.

    Essa foi a primeira etapa para a criação de um centro de atendimento de referência para crianças e adultos com o Transtorno do Espectro Autista – TEA e Trissomia – T21. O espaço também prevê a formação de professores para a atuação nesse campo.

    O prédio deve começar a ser construído em 2023, na Tijuca, Zona Norte do Rio, e deve ficar pronto em três anos.

    “Além de ter um espaço de educação inclusiva, vamos formar professores da rede pública para que possam construir esse caminho de educar da melhor maneira possível. O grande caminho que o Sesc está traçando hoje é de dizer que não somos os donos da verdade”, afirma o assessor de educação do Sesc, Gabriel Chalita.

    “Para que se construa esse Centro de Referência é preciso ouvir universidades, especialistas, pesquisadores, mães, filhos, pessoas envolvidas no processo. Esse é o primeiro de vários eventos. Durante todo esse processo queremos estudar experiências do Brasil e do exterior, em países como Canadá e Austrália – referências em educação inclusiva no mundo -, além de Finlândia, Israel e EUA”, incluiu Chalita.

    Sesc promove evento para anunciar ações por pessoas com deficiência / Bruna Carvalho//CNN

    A meta é atender com perspectiva multidisciplinar de valorização das potencialidades de cada indivíduo através de terapias, atividades formativas para parentes e profissionais, tecnologias assistivas, cultura, lazer e programação gratuita e de qualidade.

    “Compreende-se que não há possibilidade de encaminharmos um projeto que trate de educação inclusiva sem dar voz e espaço para as pessoas com deficiência, universidades, escolas e famílias”, destaca a organização do projeto.

    A digital influencer Laura Simões, de 21 anos, é T21 e considera que o maior desafio em relação a pessoas que foram diagnosticadas com algum tipo de deficiência é a falta de entendimento e empatia por pessoas que desconhecem as necessidades.

    “Nós queremos ser ouvidos. Queremos que não infantilizem, que não falem alto pensando que nós temos deficiência auditiva. Mas nós T21 não somos deficientes auditivos e queremos empatia mesmo”, pediu Laura.

    Além de Laura, a analista de dados Junny Freitas, autista, discursou no evento. Ela veio de Alagoas para participar.

    “É uma luta que a gente enfrenta diariamente. Quando a gente fala de inclusão, é importante que os profissionais estejam conscientizados. A gente tem um déficit muito grande no ensino superior sobre a questão da inclusão. Ainda é algo muito pouco visibilizado. A gente vive bem a margem da sociedade. A gente precisa construir esses espaços inclusivos. A gente tá cansado do ambiente de terapia e viver só isso. Os ambientes precisam estar adaptados a todas as pessoas”, afirmou Junny.

    A professora da Universidade Federal Fluminense Priscila Alves é pesquisadora do Transtorno do Espectro Autista há 15 anos. Segundo ela, a forma de educação atual não atende as necessidades de todos.

    “Eu entendo que discutir o tema da educação inclusiva é necessário, urgente e atual. O maior desafio é que nós possamos sair dos nossos aportes epistemológicos que consideram uma ideia de normalidade, para que possamos acolher as diferentes formas de ser e existir”, disse Priscila.

    Assessor de educação do Sesc, Gabriel Chalita / Claudia Dantas