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    Fiocruz não tem data para entregar vacina contra a Covid feita com IFA nacional

    Instituição afirma, porém, que até o fim de 2021 serão distribuídos os primeiros lotes do imunizante produzido 100% em solo brasileiro

    Iuri CorsiniCamille Coutoda CNN no Rio de Janeiro

    Com início da produção em julho deste ano, a Fiocruz ainda não tem uma data estipulada para realizar as primeiras entregas das vacinas contra a Covid-19 produzidas com o IFA (ingrediente farmacêutico ativo) 100% nacional. Segundo a fundação, a previsão é que essas entregas aconteçam até o final deste ano, mas sem precisar quando e nem quantas doses produzidas no Brasil estão previstas para serem distribuídas ao Programa Nacional de Imunização (PNI).

    Inicialmente, a previsão era de começar a distribuição de doses com o IFA nacional em agosto. Essas entregas só seriam possíveis com a assinatura do contrato de transferência de tecnologia com a AstraZeneca. Esse contrato seria assinado em dezembro de 2020, depois foi adiado para fevereiro, depois para abril, maio e, finalmente, foi assinado apenas em junho, ocasionando o atraso na produção das vacinas nacionais.

    A Fiocruz já entregou ao Ministério da Saúde 113,8 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, produzidas com IFA importado. O número ainda representa 86,6 milhões abaixo do que a fundação previu entregar até o final deste ano para o PNI – conforme estimativas que constam no próprio site da Fiocruz. Entretanto, a fundação informa que o atraso na produção do IFA nacional não tem impactado as entregas acordadas com o PNI.

    Situação do IFA nacional

    Há, no momento, dois lotes de pré-validação do insumo produzido pela Fiocruz (já aprovados nos testes internos de qualidade) que estão nos Estados Unidos para o controle de qualidade externo, que é realizado em laboratórios deste país. Conforme informado pela Fiocruz, essas amostras passarão por um processo complexo de testagens, que envolve 14 testes adicionais aos já realizados no Brasil, sendo o mais longo deles com duração de 56 dias.

    Após esse processo, a fundação enviará toda a documentação para a Anvisa. A previsão para que isso aconteça é em novembro. Somente após o deferimento da agência, aprovando a solicitação de mudança de registro da vacina é que o IFA poderá ser produzido no país, para que estas vacinas 100% feitas no Brasil possam ser disponibilizadas ao PNI.

    Em junho deste ano, o diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, disse à imprensa que a fundação deve conseguir produzir mais de 50 milhões de doses com IFA nacional até o fim de 2021, mas que a entrega pode atrasar devido ao tempo necessário para o controle de qualidade. Essa estimativa dada por Zuma já reduzia em mais de 50% a previsão inicial da entidade, que era de entregar, até o final de dezembro, 110 milhões de doses produzidas com o IFA nacional.