Fiocruz lança pesquisa para avaliar conhecimento sobre varíola dos macacos
Questionário, que pode ser respondido pela população até 30 de outubro, pretende orientar políticas públicas para o combate à doença no país
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fiocruz, lançou uma pesquisa para avaliar o conhecimento dos brasileiros sobre monkeypox, também conhecida como varíola dos macacos. O questionário pode ser respondido pela população até 30 de outubro, e pretende orientar políticas públicas para o combate à doença no país.
De acordo com a Fiocruz, o questionário aborda questões básicas sobre a doença, como a forma de contágio e o tratamento. Além disso, serão coletados dados demográficos dos respondentes, como idade, gênero, escolaridade, renda e outros. Os resultados serão divulgados ao público a partir de publicação em revista científica, que será veiculado nos portais oficiais da fundação.
Até o momento, mais de cinco mil pessoas responderam ao formulário disponibilizado pela Fiocruz. De acordo com fundação, a expectativa é que mais de 10 mil pessoas participem da pesquisa até o fim de outubro.
À CNN, a médica infectologista do INI Mayara Secco detalhou os principais pontos abordados no questionário. Entre eles, a especialista destacou a necessidade de entender a intenção da população em participar de possíveis testes para o desenvolvimento de uma vacina e, posteriormente, a disposição em se imunizar contra a doença.
“Precisamos entender todas as circunstancias da doença monkeypox no Brasil, desde os graus de contaminação até a pré-disposição das pessoas a se vacinarem. Além disso, a pesquisa traz ferramentas para ajudar nas campanhas de conscientização, por exemplo. O nível de conhecimento da varíola dos macacos pelos brasileiros é muito baixo. É muito comum ver pessoas que não sabem identificar os sintomas, não fazem isolamento, e acabam transmitindo para outras pessoas”, disse Mayara Secco.
Dados do Ministério da Saúde apontam mais de 8,6 mil casos confirmados de varíola dos macacos no Brasil. Até esta segunda-feira (17), sete mortes pela doença foram registradas: três no Rio de Janeiro, duas em Minas Gerais e duas em São Paulo. A monkeypox no individuo podem durar de duas a quatro semanas de sintomas. A especialista também detalhou os sinais da doença: lesões cutâneas, febre alta e dores no corpo.
De acordo com a Saúde, a principal forma de transmissão da doença ocorre por meio do contato direto entre as pessoas. O contágio deste tipo pode ocorrer, principalmente, por relação sexual, beijo, abraço e contato com a pele lesionada.
“O número de casos no Brasil está muito alto. Estamos entre os países que mais registram casos da monkeypox. E eu acredito ainda que exista uma subnotificação, até porque, como já dissemos, as pessoas sabem pouco ou quase nada sobe a doença”, finaliza a médica infectologista do INI, Mayara Secco.