Fiocruz inicia mapeamento genômico do coronavírus em favelas do Rio de Janeiro
Projeto vai acompanhar famílias, avaliar transmissão da Covid-19 e eficácia de vacinas contra novas variantes
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciaram um novo projeto de vigilância genômica nas favelas do Complexo da Maré e de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro. Vão passar por sequenciamento amostras coletadas na iniciativa Conexão Saúde, que acompanha população das comunidades desde o início da pandemia.
O pesquisador e infectologista Fernando Bozza, da Fiocruz, explica que metodologias de controle da Covid-19 vão ser avaliadas nas comunidades para, depois, serem reproduzidas em larga escala.
“Esse novo projeto inclui o acompanhamento das famílias ao longo dos próximos meses, a [medição do contágio da] transmissão intradomiciliar, junto com a Secretaria Municipal de Saúde. Dessa forma, novos modelos de vigilância podem ser criados, testando a utilização de novas tecnologias. Vamos testar e validar essas metodologias”, aponta Bozza.
A coleta de informações genômicas dessas regiões também será usada para verificar a eficácia das vacinas contra as novas variantes e linhagens do coronavírus. A Fiocruz ainda estuda repetir o projeto de vacinação em massa, aplicado na ilha de Paquetá nesse mês de junho, nas comunidades da Maré e de Manguinhos.
O projeto de sequenciamento surgiu da iniciativa Conexão Saúde, que desde o início da pandemia, em março de 2020, mapeia a evolução da doença da região.
O programa conta com testagem em massa, distribuição de máscaras e também apoio ao isolamento domiciliar seguro, com atendimento de telemedicina, fornecimento de comida e kit limpeza para o paciente e seus familiares.
Até o momento, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a Maré soma 6.269 casos confirmados de Covid-19 e 292 óbitos. Já Manguinhos registra 1.622 casos confirmados e 101 mortes.
*sob supervisão de Pauline Almeida