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    Fiocruz aponta crescimento de casos de síndrome respiratória aguda grave

    Todos os estados brasileiros apresentam ao menos uma região com nível de transmissão comunitária alta ou mais elevada de vírus respiratório, com exceção Roraima

    Leitos de UTI e enfermaria para Covid-19 em hospitais do interior de SP (18.dez.2020)
    Leitos de UTI e enfermaria para Covid-19 em hospitais do interior de SP (18.dez.2020) Foto: Reprodução/CNN

    *Mylena Guedes, da CNN, no Rio de Janeiro

    Nas últimas três semanas, foi observada uma tendência de aumento moderado no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil, cenário oposto ao registrado ao longo das últimas seis semanas, quando a análise apresentava sinal de queda. Os dados são do Boletim Infogripe da Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira (4).  

     À CNN, o pesquisador Marcelo Gomes afirma que somente nas próximas semanas será possível entender se os casos estão realmente crescendo ou se é uma elevação pontual, que vai levar os casos à estabilidade.  

    “É importante que a gente fique de olho nas próximas semanas, para saber se essa reversão é um sinal de mudança de tendência, ou seja, um real crescimento dos casos, ou se é uma pequena elevação para ficar estável. Mas, mesmo se os dados levem para uma estabilidade, os valores ainda são muito elevados”, afirma.  

    Já os números de mortes por SRAG seguem caindo. Segundo Marcelo Gomes, parte desse efeito é causado pela vacinação contra a Covid-19, mas a queda também pode estar atrelada ao tempo entre os primeiros sintomas e o óbito.  

    “Em geral, entre os primeiros sintomas e a morte, para os que infelizmente acabam falecendo, tem um tempo de aproximadamente três semanas. Ou seja, os óbitos de hoje são sempre um reflexo da situação epidemiológica do passado”, explica.  

    Transmissão comunitária

    Ainda de acordo com o Boletim, todos os estados brasileiros apresentam ao menos uma região com nível de transmissão comunitária alto ou superior de vírus respiratórios, exceto Roraima, que apresenta nível epidêmico, o terceiro em uma escala de cinco. Além do Distrito Federal, outras sete Unidades Federativas têm pelo menos uma região com transmissão comunitária em nível extremamente alto. São elas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.    

    Em relação às capitais do país, todas encontram-se com nível de transmissão alto, com exceção de Boa Vista (PR). Das 27 capitais, oito integram macrorregiões de saúde em nível alto (Aracaju, Belém, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Palmas, São Luís, e Vitória), 11 em nível muito alto (Cuiabá, Florianópolis, Macapá, Maceió, Manaus, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e Teresina), e sete em nível extremamente alto (Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, e São Paulo).   

    Diante da situação, os pesquisadores mantêm a recomendação de cautela em relação a medidas de flexibilização enquanto a tendência de queda não estiver mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores baixos.    

    Casos reportados

    Neste ano, 816.503 casos de SRAG foram registrados pelo Boletim, que se baseia nos registros do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-gripe).  Desses, 71% tiveram resultado positivo para algum vírus respiratório. Dentre os casos confirmados, 96,5% eram infecções por Covid-19.  

    Enquanto isso, desde 2020, são estimados 2.565.518. hospitalizações ou óbitos no sistema do Ministério da Saúde (SIVEP-gripe), independente de sintomas. Até a última atualização, há um total de 384.698 óbitos reportados. Destes, 204.509 são mortes referentes a casos deste ano. Entre os casos positivos para vírus, 99% foram pelo novo coronavírus.  

    *Sob supervisão de Helena Vieira