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    Fiocruz aponta atraso na dose de reforço da vacina contra a Covid-19

    Em novo boletim, pesquisadores da Fiocruz também pedem cautela na flexibilização do uso de máscaras

    Nível de cobertura vacinal contra a Covid-19 não é homogêneo entre os grupos etários no país, diz Fiocruz
    Nível de cobertura vacinal contra a Covid-19 não é homogêneo entre os grupos etários no país, diz Fiocruz Ane Souz/Prefeitura de Ouro Preto

    Rafaela Cascardoda CNN

    no Rio de Janeiro

    Em nota técnica divulgada nesta quarta-feira (16), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que nenhum grupo etário alcançou, até o momento, o índice de 80% de cobertura vacinal com a dose de reforço contra a Covid-19. Segundo o boletim, o patamar não foi atingido nem mesmo entre os idosos, que foram os primeiros a receber a dose adicional.

    Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou que mais de 20,8 milhões de idosos já receberam a dose de reforço no país. O índice representa 66,61% das mais de 31,3 milhões de pessoas na terceira idade aptas para receber o reforço.

    “As internações em leitos clínicos, leitos de UTI e óbitos hospitalares têm cada vez mais concentrado exatamente entre os idosos mais longevos. Desta forma, idosos que não mantêm esquema com reforço em dia estão em situação particularmente perigosa, mesmo com o arrefecimento da incidência e mortalidade na população como um todo”, alertam os pesquisadores.

    O documento chamado “Diferenciais De Cobertura Vacinal Segundo Grupos Etários No Brasil” destaca que o nível de cobertura vacinal contra a Covid-19 não é homogêneo entre os grupos etários no país. A nota técnica ressalta ainda que o nível de cobertura vacinal é uma importante informação para tornar mais eficientes as estratégias de busca ativa e orientações sobre a aplicação de doses específicas.

    Atualmente o principal desafio é a vacinação das crianças de 5 a 11 anos, grupo que representa 9,5% da população brasileira. Os pesquisadores responsáveis pelo levantamento afirmam acreditar que a propagação de notícias falsas é a principal responsável por causar insegurança em muitos pais sobre os riscos de vacinar os filhos.

    A análise mostra também que os grupos com idades entre 12 e 49 anos são os únicos que não têm cobertura de primeira dose acima de 90%.

    A população de adultos entre 40 e 44 anos possui a menor cobertura dentre os adultos, enquanto as idades abaixo de 29 anos são as únicas com cobertura vacinal de esquema completo abaixo de 80% para a segunda dose ou dose única. Já o grupo etário entre 35 e 49 anos é o que possui menor cobertura de primeira dose e o de faixa etária de 12 a 17 anos possui cobertura de segunda dose muito menor que o restante dos grupos.

    Os cientistas orientam também que, apesar da expectativa sobre o rebaixamento do status de pandemia a endemia por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), é preciso ter cautela na tomada de decisões pelos gestores, especialmente na flexibilização do uso de máscaras e relaxamento do distanciamento físico.

    Segundo eles, a recente alta da Covid-19 em países da Europa e da Ásia deve ser entendida como um alerta para o Brasil na gestão da pandemia.

    “Não é razoável pensar que se trata de uma escolha, entre vacinar ou usar máscaras, ou entre usar máscaras ou estar exclusivamente em ambientes abertos. Todos os recursos disponíveis para impedir a circulação do vírus devem ser tomados de forma concomitante. Portanto, estimular o aumento da cobertura vacinal não exclui as demais estratégias de proteção, sejam individuais ou coletivas”, afirmam.

    Um levantamento da CNN mostra que pelo menos 14 estados e o Distrito Federal já tornaram o uso da máscara facultativo em ambientes abertos. Também já permitem a retirada da proteção em ambientes fechados o Distrito Federal e sete estados: Rio de Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso, Minas Gerais, Rondônia, Alagoas e Maranhão.

    Na última segunda-feira (14), o Rio completou uma semana da não obrigatoriedade em locais fechados. A cidade foi a primeira capital do país a permitir a retirada. A única medida sanitária para a Covid-19 ainda adotada no município é a cobrança do passaporte da vacina nos estabelecimentos comerciais.

    Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a liberação teve como base os números de casos de Covid-19 na cidade e a cobertura vacinal. De acordo com os últimos dados do Painel Rio Covid-19, a taxa de letalidade pela doença está em 0,3%.

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