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    Fim da pandemia requer vacinação e controle de variantes, diz epidemiologista

    Carla Domingues, epidemiologista e ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunização, disse à CNN que não se pode banalizar a Ômicron

    Ingrid OliveiraPedro Pimentada CNN

    Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 296 mortes por Covid-19, segundo dados dos Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

    À CNN, Carla Domingues, epidemiologista e ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunização (PNI) disse que nós estamos diante de uma variante [Ômicron] que infecta mais e felizmente diminui o número de óbitos, também em função da vacinação. Mas que, ao mesmo tempo, estamos falando de uma variante que se dissemina muito rápido.

    “Nós temos dois elementos para que a gente possa chegar ao fim da pandemia, precisamos ter a população vacinada e torcer para que a gente não tenha uma nova cepa tão grave e que a vacinas funcionem”, disse.

    Segundo Domingues, “a gente não pode banalizar este momento que estamos vivendo, por isso a necessidade de vacinar por completo, fazer uso da dose de reforço, vacinar as crianças, usar máscara e evitar aglomeração.”

    A ex-coordenadora do PIN explica que o pico da Ômicron deve chegar ao Brasil nas próximas semanas. “Possivelmente, a partir da segunda semana de fevereiro. A gente vai ver a diminuição de casos e teremos que acompanhar o número de óbitos”, comenta.

    De acordo com a epidemiologista, o aumento de casos pode sobrecarregar os sistema de saúde. “Uma taxa elevada em alguns locais trará dificuldades de acesso aos leitos de UTI e isso pode gerar esgotamento dos serviços de saúde. Ainda temos muito trabalho pela frente”, afirma.

    Vacinação pode mudar o cenário

    Carla Domingues diz que a desigualdade de vacinação pode ser um empecilho para conter o avanço da Ômicron.

    “Se olharmos a desigualdade de vacinação, ela acontece no nosso país. No Norte, e em algumas regiões do Nordeste, temos 40% da população com a primeira dose, e a dose de reforço, temos 15%.”

    Para a epidemiologista, a vacinação infantil deve avançar. “Infelizmente não temos vacinação acelerada devido a pouca quantidade de vacina recebida. Felizmente com a liberação da Coronavac, o Brasil tem um estoque.”

    Domingues aponta que deveria haver ação estratégica para acelerar a vacinação das crianças.

    “País deveria acelerar a vacinação até chegar no período escolar com 50% das crianças com a primeira dose. É preciso o engajamento da sociedade e das secretarias municipais e estaduais para acelerar a vacinação.”

    Questionada sobre os grupos anti-vacinas e o impacto que isso pode ter na vacinação infantil, Domingues diz que “o fenômeno anti-vacina acontece desde 1990, e felizmente eles não tinham estrutura para crescer no nosso país. Com essa postura do governo hoje, o Ministério da Saúde colocando em dúvida o processo de vacinação, isso está dando condições para que esses grupos se fortaleçam no nosso país”, disse.

    Ela aponta que temos um programa de vacinação reconhecido internacionalmente e que a população sempre apoiou a vacina. “Temos esse programa [PNI] estabelecido e condições de proteger a população brasileira”, disse.

     

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