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    Fim da obrigatoriedade do uso das máscaras no Rio divide especialistas

    Apesar de a utilização do acessório não ser mais compulsória, prefeitura recomenda que imunossuprimidos continuem a usar o item

    Isabelle Resende, Camille Couto e Rachel Amorimda CNN , Do Rio de Janeiro

    Após quase dois anos do uso obrigatório da máscara de proteção facial ter sido decretado no Rio de Janeiro tanto em ambientes fechados quanto abertos, o acessório foi oficialmente abolido na capital fluminense nesta segunda-feira (7).

    No entanto, a prefeitura do Rio recomenda que pessoas imunossuprimidas, com comorbidades de alto risco, com sintomas gripal, não vacinadas ou com esquema vacinal incompleto continuem usando máscara em locais fechados. A decisão, anunciada pelo Comitê Científico, dividiu especialistas ouvidos pela CNN.

    Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Júlio Croda, tantos os indicadores de cobertura vacinal quanto os epidemiológicos, como de novos casos, hospitalizações e óbitos, apresentam índices favoráveis neste momento, e atendem aos critérios estabelecidos por órgãos de saúde de outros países como, por exemplo, do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

    “É sempre importante entender que essa é uma medida do momento, a partir dos indicadores favoráveis, mas que eventualmente pode ser revogada. Pode se fazer, novamente, o uso das máscaras em locais fechados, a depender do cenário epidemiológico. A população tem que entender que, no momento, é permitida essa flexibilização, mas que deverá ser reavaliada de tempos em tempos”, explica o infectologista.

    Já o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, considera a medida um tanto precoce, uma vez que dezenas de milhares de casos de Covid-19 continuam sendo registrados, diariamente, no país.

    “O momento pede um pouco de cautela. Quando a gente olha para o Brasil como um todo e ver dezenas de milhares de casos acontecendo diariamente, com pouco menos de 500 óbitos por dia não dá para imaginar que a gente está numa zona de tranquilidade, mesmo que a gente esteja assistindo uma queda em todos os indicadores”, pontua o especialista. Além disso, Kfouri ressalta que a cobertura vacinal no público infantil ainda é baixa, assim como o percentual de brasileiros vacinados com a terceira dose.

    “A máscara é uma medida barata, fácil e o seu abandono não traz benefício. Eu deixaria a suspensão como uma das últimas medidas”, acrescenta.

    Bares e restaurantes aprovam medida

    Por outro lado, o fim da obrigatoriedade do uso do acessório de proteção individual foi bem recebido pelo setor de bares e restaurantes e considerada como “um indicativo de volta à normalidade”.

    Para o presidente do HotéisRIO, Alfredo Lopes, o anúncio é um alívio e aponta que a curva de contaminação tem caído drasticamente.

    “Acredito que é um momento a ser comemorado, um passo à frente rumo à normalidade. Lembrando que cada um deve continuar com seus cuidados pessoais para seguirmos comprometidos com a retomada das atividades e o fim desta pandemia de uma vez por todas”.

    O presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio, Fernando Blower, considera o fim do uso obrigatório de máscaras como um importante marco para o setor de alimentação e para toda a sociedade.

    “A máscaras serão lembradas como um símbolo da pior crise que já enfrentamos. Esperamos que, com o contínuo avanço da vacina, se confirme em breve o fim da obrigatoriedade do passaporte vacinal e seja retomada a normalidade, tão desejada e aguardada por todos”, afirma Blower.

    População dividida

    Nas ruas da Cidade Maravilhosa, a decisão da prefeitura pegou muita gente de surpresa e também dividiu opiniões. A auxiliar de contabilidade Ana Paula Barbosa ficou aliviada com a liberação das máscaras e disse que se sente segura porque está com a vacinação em dia.

    “Estou tranquila porque tomei as três doses. Eu não sabia que não era mais obrigado usar máscara. A partir de agora, vou aposentar”, desabafou.

    Já a servidora pública Isabel Pinto disse que não consegue ainda ficar sem o acessório. “Não me sinto segura, meu marido pegou Covid e eu vou continuar usando”, afirmou.

    No transporte público do Rio, apesar do fim da obrigatoriedade anunciado pelo município, as empresas emitiram nota informando que vão seguir com a recomendação aos passageiros pelo uso das máscaras durante todo o trajeto realizado.

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