Febre, mancha e indisposição: saiba identificar a síndrome pós-Covid em crianças
Cardiologista Ludhmila Hajjar detalhou principais sintomas da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica
A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica é alvo de estudos por médicos em todo o mundo por causa das complicações em crianças e adolescentes recuperados do novo coronavírus. Apesar de rara, a cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar explicou à CNN que é necessário ficar atento ao possível surgimento dos sintomas nas crianças.
“As crianças, de uma maneira geral, têm um quadro mais brando [de Covid-19] na imensa maioria dos casos, mas tem uma porcentagem delas que, na fase aguda, pode ter uma síndrome gripal e, dias depois, pode ter febre alta, manchas ou bolhas na pele, e manchas nas mucosas. Quando investigamos, encontramos essa síndrome inflamatória sistêmica”, detalhou a especialista.
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Ludhmila esclareceu que a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica é uma inflamação generalizada nos vasos sanguíneos, e pode gerar complicações neurológicas, cardiovasculares e no sistema intestinal. “Felizmente não é frequente, mas nós devemos estar atentos a esse diagnóstico”, alertou.
Veja os principais sintomas destacados pela médica (para crianças que tiveram casos leves ou assintomáticos de Covid-19):
– Febre alta
– Manchas na pele e mucosas
– Mudanças nos hábitos rotineiros
– Queda do estado de saúde de forma geral
“[Se observar esses sintomas], procure assistência médica porque essa doença é grave, pode causar morte. Temos que internar [o paciente], cuidar e, muitas vezes, entrar com medicações fortes [para sua recuperação]”, completou Ludhmila.
Quando a pandemia vai acabar?
Com os estudos de diversas vacinas em andamento, Ludhmila Hajjar falou que ainda é prematuro falar em um “final da pandemia”, principalmente no Brasil. “Não temos dados suficientes no Brasil para afirmar com uma grande probabilidade [quando a pandemia cessará], porque a performance e como o coronavírus se comportou aqui não tem semelhança com nenhum outro país”, disse.
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Segundo a especialista, a curva epidemiológica da pandemia no país contrasta com os demais. “Nos Estados Unidos, vemos que em abril tem um pico e depois o número de morte vai caindo. No Brasil, depois de junho só aumentou o número de óbitos”, concluiu.
(Edição: André Rigue)