Favelas da Região Metropolitana do RJ têm mais casos de Covid-19 que 142 países
No painel da Universidade Johns Hopkins, comunidades estariam em 49º lugar no ranking mundial, se representassem um país
Com 2.873 mortes confirmadas em 83 comunidades, onde ocorreram 25.552 casos, as favelas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro somam mais vítimas fatais de Covid-19 que 142 países. O número de mortes pela doença em comunidades do estado é levantado pelo “Painel Unificador Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro”.
No painel da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, utilizado como referência para estatísticas de Covid-19, as comunidades da Região Metropolitana estariam em 49º lugar no ranking mundial, se representassem um país, logo à frente de Israel, que tem 2.934 mortes confirmadas. O ranking monitora 191 países e regiões.
A plataforma levanta as informações de forma colaborativa, com os próprios moradores, transformados pela metodologia em um grupo de relatores comunitários. O dado é útil porque a plataforma oficial da Prefeitura do Rio registra os números separados apenas por bairros oficiais da cidade.
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No levantamento, o maior número de casos confirmados no estado está no Complexo da Maré, conjunto de 17 favelas, na Zona Norte do Rio, com 2.449 vítimas confirmadas, além de 158 mortos. No entanto, o maior número de mortos pela doença foi registrado na Comunidade Sem Terra, em Itaguaí, com 217 mortos.
O município de Itaguaí aparece com quatro comunidades entre as dez primeiras do ranking em número de casos: Engenho (1.571), Chaperó (1.090), Brisamar (775) e Sem Terra (772).
Na capital, o Complexo do Alemão, na Zona Norte, aparece em quarto lugar no número de casos confirmados, 1.033, com 65 mortos, seguido pela Rocinha, na Zona Sul, com 917 confirmações e 62 óbitos, e pelo Complexo da Penha, com 857 confirmados e 56 mortos.