Famílias gastam até R$ 75 mil e se endividam para pagar leitos de UTI em SP
Com colapso do sistema de saúde, a taxa de ocupação dos leitos no estado é superior a 90%
Com uma taxa de ocupação superior a 90% em São Paulo devido à pandemia de Covid-19, várias famílias têm se endividado para pagar leitos de UTI particulares no estado.
É a situação do casal André Luiz Lopes da Conceição e Letícia Gouvea. Ele adoeceu no começo de março e, com a piora no estado de saúde, procurou um leito no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, mas o médico negou a internação.
Dessa forma, André foi para um hospital particular, onde está entubado. A dívida com a hospitalização ultrapassa R$ 75 mil.
“Não tinha o que fazer, ele iria morrer”, diz Letícia Gouvea.
Em nota, a secretaria estadual de Saúde afirmou que o quadro dele não indicava internação à época. “O paciente André Luiz Lopes da Conceição esteve no local em duas ocasiões – nos dias 11 e 12 de março, e em nenhuma delas havia indicação médica ou quadro clínico que necessitasse de internação.”
Uma das reclamações do sindicato dos hospitais do estado sobre a situação é a inexistência de um sistema de gerenciamento de leitos unificado entre a rede privada e a rede pública.
Uma pesquisa feita pelo sindicato com 93 hospitais particulares mostrou que mais de 80% deles tem lotação quase completa ou total dos leitos de UTI. Até a última sexta-feira (19), 461 pessoas estavam na fila para conseguir uma vaga na capital paulista, inclusive André.
