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    Falta de política pública para autotestes é uma medida elitista, diz Luana Araújo

    Comercialização de autotestes para a detecção da Covid-19 em farmácias e estabelecimentos de saúde foi autorizada nesta sexta-feira (28) pela Anvisa

    Douglas PortoLayane Serranoda CNN* , em São Paulo

    A médica infectologista e epidemiologista Luana Araújo afirmou, nesta sexta-feira (28), em entrevista à CNN, que a adoção de autotestes para detecção da Covid-19 no país será uma medida elitista, pela falta de uma política pública para sua distribuição pelo Ministério da Saúde.

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta sexta-feira a comercialização dos testes em farmácias e estabelecimentos de saúde.

    “Embora tenhamos a ferramenta disponível, eu acho que é isso que a Anvisa tentou falar lá atrás, infelizmente a gente continua incorrendo no mesmo erro. Você não tem uma grande utilidade para ela. Vai servir para uma população bastante restrita, e isso fica muito difícil de ser colocado como uma política de saúde pública e se basear em algo nesse sentido. Vai ser elitista, e além disso, você precisa contar com o bom senso de quem está fazendo, que vai levar em consideração o teste positivo e vai se isolar”, declara Luana Araújo.

    O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, alegou, em 10 de janeiro, que seria difícil implementar uma política pública para os autotestes. “Sem ter essas respostas em relação à efetividade e ao custo da efetividade, essa politica pode não ter o resultado que desejamos. Isso não quer dizer que o teste não possa ser vendido nas farmácias para que a população possa adquirir e realizar o teste. Isso é muito possível que a sociedade possa ter esse acesso, as redes privadas tem realizado testes também.”

    Os exames, que podem ser feitos em casa, permitem realizar o acompanhamento das condições da doença. No entanto, os testes não são conclusivos para o diagnóstico segundo a Anvisa.

    Caso o resultado seja positivo, a pessoa deve procurar uma unidade de Saúde para que um profissional realize a confirmação, faça a notificação às autoridades e receba as orientações necessárias.

    Arte/CNN

    “Temos falhas de abastecimento do teste, essa nova ferramenta talvez funcionasse para suprir isso, nós temos uma grande falha da vigilância, você faz o teste, mas não notifica esse teste”, explica Luana

    “A empresa que fabrica pode criar voluntariamente um serviço de registro dos resultados, mas isso não tem integração com o serviço de vigilância nacional. Se você tem um teste positivo, isso não é diagnóstico. Você tem que ir até um posto de saúde, refazer o teste, para que lá seja feita a notificação. Se você tem um falso negativo não tem orientação nesse sentido”, continua a médica.

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    (*Com informações de Lucas Rocha, da CNN)

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