Fake news e mau exemplo de autoridades agravam pandemia, diz médica
“Nós temos um problema comportamental, de credibilidade na informação porque não há um trabalho uníssono", diz Nilse Querino
O Brasil registrou 2.914 mortes por Covid-19 no último boletim do Ministério da Saúde e segue sendo um dos países onde a transmissão do vírus permanece mais alta atualmente. A infectologista e professora da Universidade Federal da Bahia Nilse Querino diz que o problema do combate ao novo coronavírus começa pelas questões básicas de adesão e conscientização da população.
“Nós temos um problema comportamental, de credibilidade na informação, porque não há um trabalho uníssono. Nós vemos opiniões diferentes, temos um problema sério de informações falsas e uma relativa lentidão na atitude de vacinar as pessoas”, afirma Nilse.
Nilse Querino criticou a falta de uma articulação entre os poderes para que a população possa se orientar de maneira clara. “Primeiro, falta uma decisão conjunta e clara em todos os níveis da parte que cabe ao governo. Há uma falta de sincronia em relação a isso. Ao mesmo tempo em que se pede, nós vemos autoridades sem usar máscaras. Infelizmente, nós vimos um monte de fake news sendo lançadas, e isso atrapalha a adesão e a crença das pessoas em coisas simples como esta”.
A médica e professora defende a vacina como a única maneira de o Brasil superar a pandemia. “Quando nós tivemos casos de doenças e epidemias anteriores, a forma que conseguimos solucionar, de uma maneira independente da classe social, é a vacinação. Nos resta, além de continuar a bater na tecla das medidas [sanitárias] com mais campanhas de informação, é acelerar mais a vacinação”, explica.