Exposição à poluição na infância pode ter impacto econômico na vida adulta
Um estudo descobriu que pessoas expostas a níveis mais altos de poluição atmosférica na infância tiveram menores ganhos econômicos na idade adulta do que aquelas expostas a níveis mais baixos
Um novo estudo descobriu que pessoas expostas a níveis mais altos de poluição atmosférica por partículas finas (PM2,5) na infância tiveram menores ganhos econômicos na idade adulta do que aquelas expostas a níveis mais baixos.
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), na última segunda-feira (9). Já os estudos, foram realizados pela Harvard TH Chan School of Public Health, Harvard John A. Paulson School of Engineering and Applied Sciences e European University of Rome.
Eles foram os primeiros a investigar a exposição a PM2,5 e oportunidade econômica usando dados granulares em nível de setor censitário e métodos de última geração para ajustar para fatores de confusão socioeconômicos e demográficos.
Para isso, os pesquisadores analisaram dados sobre exposição a PM2,5 e ganhos econômicos de 86% de todos os setores censitários dos EUA — pequenas subdivisões estatísticas de um condado — de 1980 a 2010. Eles se concentraram em pessoas nascidas de 1978 a 1983, observando seus ganhos médios em 2014 a 2015, quando tinham entre 31 e 37 anos.
Para medir a mobilidade econômica, eles usaram uma estatística chamada mobilidade ascendente absoluta (AUM), definida como a classificação média de renda na idade adulta de crianças nascidas em famílias no 25º percentil da distribuição de renda nacional.
O estudo descobriu que quanto maior a exposição de uma pessoa na infância ao PM2,5, menores seus ganhos na vida adulta. Em todo o país norte-americano, em média, um aumento na exposição ao PM2,5 em um micrograma por metro cúbico (μg/m3) em 1982 foi associado a um AUM 1,146% menor em 2015. O estudo também descobriu que a exposição ao PM2,5 teve um impacto descomunal no AUM em regiões específicas dos EUA, particularmente no Centro-Oeste e no Sul.
“Nossas descobertas ressaltam a necessidade de implementar padrões rigorosos de qualidade do ar nacionalmente”, disse o coautor principal Luca Merlo, pesquisador da Universidade Europeia de Roma. “Elas também sugerem a necessidade de intervenções adaptadas localmente para mitigar a poluição do ar e de políticas integradas que abordem as desigualdades ambientais e econômicas”, acrescenta.
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