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    Excesso de reuniões online na pandemia gera fadiga e procura maior por remédios

    Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, houve aumento de queixas e de prescrição de medicamentos controlados

    Da CNN, em São Paulo

    Psiquiatras perceberam um aumento nas queixas de pacientes sobre o excesso de reuniões online por videoconferência nos últimos meses. O fenômeno foi batizado de “fadiga do Zoom”, referindo-se a um dos aplicativos mais usados para esses encontros online.

    O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva, falou à CNN neste sábado (10) que o excesso de reuniões tem adoecido as pessoas.

    “Pesquisamos junto aos psiquiatras se estavam percebendo queixas dos pacientes em relação às videoconferências e 54% deles receberam queixas dos excessos. Isso deixa as pessoas extremamente ansiosas”, diz ele. ” A pessoa não tem nenhum descanso”. 

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    O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva
    Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associaçao Brasileira de Psiquiatria: “As pessoas não têm descanso”
    Foto: Reprodução/CNN

    Além disso, segundo Silva, houve também um aumento de 62% da prescrição de medicamentos controlados.

    “Isso é muito alto e também há um aumento absurdo da necessidade de encaminhar as pessoas a psicoterapia. As pessoas estão pedindo ajuda”, alerta, ensinando que é possível aliviar as reuniões online, perguntando antes do início se estão todos bem antes e fazendo intervalos a cada 30 minutos. 

    Aulas online

    Silva também ensina como lidar com as aulas online, que vêm afetando crianças e adolescentes.

    “Para cada faixa etária você tem necessidades diferentes. A sobrecarga vai prejudicar a saúde mental dessas crianças e um relaxamento é necessário”, afirma. “É preciso negociar com os professores e a escola e também ter pausas. É intolerável passar duas horas seguidas sem poder levantar, não dá. Não tem aprendizado que seja bom assim”.

    Os números de quem sofre com a saúde mental são altos, lembra Silva.

    “Temos 18,6 milhões de pessoas com ansiedade no Brasil, o que nos coloca como campeões mundiais. E também somos vice-campeões mundiais em transtornos depressivos, só perdemos para os Estados Unidos. Estamos beirando 1 bilhão de pessoas com doenças mentais no mundo”.

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