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    Exame de sangue simples poderá prever risco de infarto, dizem pesquisadores

    Ferramenta desenvolvida por pesquisadores poderá utilizar dados do exame para prever risco de ataque cardíaco em até seis meses

    Gabriela Maraccinida CNN

    Pesquisadores suecos estão desenvolvendo uma ferramenta que, com a ajuda de um exame de sangue simples, poderá prever o risco de ter infarto com até seis meses de antecedência. A ideia é que a tecnologia ajude a identificar pacientes com maior necessidade de iniciar um tratamento preventivo contra um ataque cardíaco.

    Para criar essa ferramenta, os investigadores tiveram acesso a amostras de sangue de 169.053 indivíduos sem doença cardiovascular prévia. Em seis meses após a coleta, 420 dessas pessoas sofreram o primeiro ataque cardíaco. Com isso, o sangue delas foi comparado com o sangue de outras 1.598 pessoas saudáveis.

    Os pesquisadores identificaram 90 moléculas que estavam associadas ao risco do primeiro infarto. Os resultados foram publicados na Nature Cardiovascular Research no último dia 12. No entanto, segundo Johan Sundström, autor do estudo e professor de epidemiologia na Universidade de Uppsala, na Suécia, as amostras de sangue já colhidas na área da saúde são suficientes para prever esse risco.

    Com isso, a ferramenta desenvolvida pelos cientistas poderia indicar o risco de infarto a partir de um conjunto de dados, como o nível de colesterol HDL e LDL — que podem ser obtidos através do exame de sangue comum — a medida da circunferência da cintura, o peso do paciente e outros detalhes clínicos. Segundo Sundström, o intuito é motivar as pessoas a iniciarem tratamentos preventivos contra o infarto.

    “Este foi um dos objetivos de todo o estudo, pois sabemos que as pessoas sentem uma motivação relativamente baixa para seguir tratamentos preventivos. Se você descobrir que tem um risco maior de sofrer um ataque cardíaco em breve, talvez se sinta mais motivado para evitá-lo”, diz o pesquisador, em comunicado à imprensa.

    Por enquanto, a ferramenta só estará disponível para a comunidade de pesquisa científica e para profissionais de saúde interessados, mas a ideia é que, futuramente, ela seja acessível para todo o público. O próximo passo dos pesquisadores é estudar as cerca de 90 novas moléculas para entendê-las melhor e ver se há alguma possibilidade de tratamento.

    “Esperamos poder realizar um novo estudo aqui em Uppsala para ver se a ferramenta online proporciona o tipo de motivação que pretendemos”, conclui Sundström.

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