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    “Evento extremamente raro”, diz pesquisadora da Fiocruz sobre Deltacron

    Recombinação das variantes ômicron e delta teve cerca de 40 casos identificados no mundo desde janeiro

    Beatriz PuenteNathalie Hanna Alpacada CNN , Rio de Janeiro

    A Deltacron é considerada pela pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marilda Siqueira, até o momento como um fenômeno extremamente raro. Segundo a pesquisadora e integrante do Comitê da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre Evolução Viral Sars-CoV-2, trata-se de uma recombinação das duas variantes.

    Ou seja, uma pessoa se infecta duas vezes, no mesmo momento, com a Delta e com a Ômicron.

    Atualmente, foram identificados cerca de 40 casos no mundo, em países como França e Holanda. Nesta terça-feira (15), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou os dois primeiros casos no Brasil, nos estados do Amapá e Pará.

    O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), por meio do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo, informou que atua na identificação de um caso suspeito.

    Em nota, a instituição informou que os testes estão em andamento e que ainda não é possível confirmar se essa amostra é um caso de Deltacron. Não há prazo específico para a finalização e divulgação da análise.

    Siqueira ressalta que, até o momento, a recombinação acontece quando os dois genomas se encontram na mesma célula. Dessa forma, o genoma foi identificado em sua maior parte como Delta, enquanto a proteína Spike, que seria a coroa do vírus, é oriunda da Ômicron.

    Apesar da Delta e da Ômicron terem sido variantes que atingiram altos níveis de contágio em todo o mundo, a pesquisadora da Fiocruz destaca que o número de pessoas que tiveram a coinfecção por essas cepas ainda é baixo.

    “Ainda não se percebe um alto índice de infecção. Número muito pequeno, até o momento, para considerar uma nova cepa. E essas pessoas estão tendo sintomas leves e, portanto, a hospitalização é baixa”, explica a integrantes do Comitê de Evolução Viral da OMS.

    A Delta foi identificada em outubro de 2020 na Índia e já foi registrada em mais de 130 países. Já a Ômicron foi detectada em pelo menos 90 países e foi classificada como variante de preocupação pela OMS.

    A vacinação, segundo Marilda, é um fator importante. Ela pontua que não há falha da vacina quando se trata de variantes. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, o momento é de monitoramento da Deltacron.

    Ele afirmou que a recombinação ainda não é motivo para preocupação porque grande parte das pessoas que contraíram Ômicron ainda tem anticorpos suficientes para não se contaminarem novamente.

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