EUA: Estados com baixa cobertura vacinal têm mais crianças hospitalizadas com Covid-19
Estudo do CDC mostra que internações foram 3,7 vezes maiores nesses locais – principalmente no sul do país – do que nos estados com taxas de vacinação mais altas
Mais crianças foram parar em hospitais e prontos-socorros com Covid-19 em estados com taxas de vacinação mais baixas, de acordo com um novo estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Em grande parte, as crianças foram poupadas das piores consequências da Covid-19 – hospitalizações e mortes são mais raras em crianças do que em adultos – embora recentemente os hospitais infantis tenham relatado aumento de atendimentos em pontos críticos do novo coronavírus no país.
A pesquisa publicada na sexta-feira (3) no Relatório de Morbidez e Mortalidade do CDC descobriu que as hospitalizações e as admissões nos setores de emergência de crianças com Covid-19 aumentaram de junho a agosto deste ano.
No período de duas semanas, de meados ao final de agosto, as passagens por pronto-socorro foram 3,4 vezes maiores nos estados com as taxas de vacinação mais baixas e as hospitalizações foram 3,7 vezes maiores do que nos estados com as taxas de vacinação mais altas. Os estados com menor cobertura vacinal ficam na região sul dos EUA.
“A vacinação ampla em toda a comunidade de pessoas elegíveis é um componente crítico das estratégias de mitigação para proteger as populações pediátricas da infecção por SARS-CoV-2 e da infecção severa de Covid-19”, escreveu a equipe do CDC.
E embora a variante Delta, mais contagiosa, tenha feito mais crianças irem aos hospitais com Covid-19, a proporção ainda é semelhante aos números de hospitalizados no início da pandemia, concluiu um segundo relatório.
A equipe descobriu que as taxas de hospitalização aumentaram cinco vezes entre crianças e adolescentes e aumentaram rapidamente do final de junho a meados de agosto, coincidindo com a disseminação da variante Delta, mais contagiosa, nos Estados Unidos.
A taxa de hospitalização para adolescentes não vacinados foi 10 vezes maior do que para aqueles que foram vacinados. As hospitalizações foram maiores entre crianças de até 4 anos e adolescentes de 12 a 17 anos.
Uma em cada quatro crianças hospitalizadas necessitou de cuidados intensivos.
Como os dados usados para este estudo vêm de registros de crianças hospitalizadas, eles não mostram se mais crianças foram hospitalizadas apenas porque foram mais expostas à doença em sua comunidade, ou se foi porque a variante Delta deixou as crianças mais doentes.
No entanto, o estudo acrescentou: “As proporções de crianças e adolescentes hospitalizados com a doença em forma grave foram semelhantes antes e durante o período de predominância da Delta.”
A diretora do CDC, Rochelle Walensky, destacou os estudos na quinta-feira no briefing da Casa Branca sobre Covid-19, dizendo que eles mostraram que as crianças não estavam se contaminando e ficando mais em estado grave por causa da variante Delta.
“E embora estejamos vendo mais casos em crianças e mais casos em geral, esses estudos demonstraram que não houve aumento da gravidade da doença em crianças. Em vez disso, mais crianças têm Covid-19 porque há mais circulação da doença na comunidade”, disse ela.
“O que fica claro a partir desses dados é que a cobertura vacinal de nível comunitário protege nossas crianças. À medida que o número de casos de Covid-19 aumentar na comunidade, o número de crianças que adoecem, que comparecem ao pronto-socorro e que são admitidas no hospital também aumentará.”
Isso torna importante proteger as crianças. “As medidas preventivas para reduzir a transmissão e resultados graves em crianças e adolescentes são críticas, incluindo vacinação, uso universal de máscara nas escolas e uso de máscara por pessoas com 2 anos ou mais em outros espaços públicos fechados e em creches”, escreveram os pesquisadores do CDC.
(Texto traduzido; leia o original em inglês)