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    Estudo mostra que quantidade de atividade física pode impactar risco de morte por gripe ou pneumonia

    Levantamento contou com mais de 570 mil pessoas da Pesquisa Nacional de Entrevista de Saúde dos EUA entre 1998 e 2018

    Madeline Holcombeda CNN

    Sabe aquela lista de motivos para se exercitar? Agora ela tem mais um item: a atividade física pode ajudar a prevenir o risco de morte por gripe e pneumonia, de acordo com uma nova pesquisa.

    Atender às diretrizes de exercícios para atividade aeróbica e fortalecimento muscular reduz o risco de morte por gripe e pneumonia em 48%, de acordo com um estudo publicado na terça-feira (16) na revista “British Journal of Sports Medicine”.

    Os adultos devem praticar pelo menos 150 minutos de atividade física aeróbica moderada e dois ou mais dias de atividades moderadas de fortalecimento muscular por semana, de acordo com as Diretrizes de Atividade Física para Norte-Americanos publicadas pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.

    O estudo contou com os dados de mais de 570 mil pessoas da Pesquisa Nacional de Entrevista de Saúde dos EUA (US National Health Interview Survey, em inglês) entre 1998 e 2018.

    As pessoas foram questionadas sobre seus hábitos de atividade física e foram categorizadas em grupos com base no grau de cumprimento da quantidade recomendada de exercícios, de acordo com o estudo.

    Em média, os entrevistados foram monitorados por nove anos após a pesquisa inicial. Nesse período, houve 1.516 mortes por gripe ou pneumonia.

    O cumprimento de ambas as recomendações de atividade aeróbica e de fortalecimento muscular reduziu o risco associado à morte por gripe ou pneumonia quase pela metade, mas a realização apenas da meta de atividade aeróbica foi associada a um risco 36% menor, de acordo com o estudo.

    Tanto a gripe quanto a pneumonia estão entre as principais causas de morte nos Estados Unidos e em todo o mundo e, portanto, os resultados são significativos, disse o autor principal do estudo, Dr. Bryant Webber, epidemiologista da Divisão de Nutrição, Atividade Física e Obesidade do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

    “Os leitores podem compreender a importância da vacinação contra gripe e pneumonia. Esse estudo pode incentivá-los a pensar que a atividade física pode ser outra ferramenta poderosa para se protegerem contra a morte por essas doenças”, afirmou.

    Os resultados fazem sentido, considerando o conhecimento atual, e os benefícios podem se estender a outras condições, acrescentou o Dr. Robert Sallis, diretor da especialização em medicina esportiva do Centro Médico Kaiser Permanente Fontana e professor de medicina familiar da Escola de Medicina Kaiser Permanente Bernard J. Tyson, na Califórnia. Ele não participou do estudo.

    “Esse estudo também é consistente com vários outros que demonstram que o exercício regular reduziu drasticamente o risco de morte relacionada à COVID-19 de forma semelhante”, comentou Sallis por e-mail.

    Pouco é melhor que nada

    Mesmo que você não consiga praticar a quantidade recomendada, alguma atividade ainda pode oferecer mais proteção do que nenhuma, segundo o estudo.

    “Também descobrimos que qualquer nível de atividade física aeróbica, mesmo em quantidades abaixo do nível recomendado, reduziu o risco de morte por gripe e pneumonia, em comparação com nenhuma atividade aeróbica”, explicou Webber.

    A prática de 10 a 149 minutos de atividade física aeróbica por semana foi associada a uma redução de 21% no risco de morte por gripe e pneumonia, demonstrou o estudo.

    “Nosso conselho geral para todos, independentemente da idade ou do nível de condicionamento físico, é ‘movimentar-se mais e sentar-se menos'”, disse Webber por e-mail. “Os leitores que não praticam nenhuma atividade física devem ser incentivados a fazer qualquer atividade, pois qualquer coisa é melhor que nada.”

    O excesso também existe

    Dito isso, o estudo mostrou que nenhum benefício adicional foi observado em pessoas que praticavam mais de 600 minutos de atividade aeróbica por semana.

    Contudo, no caso do fortalecimento muscular, o estudo provou que o excesso também existe.

    Atingir a meta de dois ou mais treinos reduziu significativamente o risco de mortalidade, mas fazer sete ou mais sessões foi associado a um aumento de 41% no risco de morte por gripe ou pneumonia, segundo o estudo.

    No entanto, esse foi um estudo observacional, ressaltaram os pesquisadores, o que significa que a pesquisa não pode fazer afirmações sobre o que causa ou previne as mortes – apenas quais fatores foram associados a um nível de risco.

    O aumento do risco pode estar relacionado a uma série de fatores, incluindo os impactos cardiovasculares de atividades de fortalecimento muscular frequentes, ou ainda respostas imprecisas à pesquisa, destacou o estudo.

    Embora existam limitações no projeto, os pesquisadores geralmente recorrem a esses estudos quando é impossível randomizar as pessoas em diferentes estilos de vida, detalhou Sallis.

    Praticando mais atividade física

    A atividade aeróbica – ou cardio, como é frequentemente chamada – não quer dizer ir regularmente à academia, de acordo com o estudo. Esse tipo de movimento é qualquer coisa que estimule sua frequência cardíaca e as glândulas sudoríparas, incluindo caminhada rápida, natação, ciclismo, corrida ou subir escadas.

    Exercícios como levantamento de pesos, agachamentos, afundos ou até mesmo jardinagem pesada podem contar como uma atividade de fortalecimento muscular, acrescentou o estudo.

    Um extenso estudo publicado em dezembro de 2021 demonstrou que os melhores programas de exercícios incluem se planejar para treinar, receber lembretes, oferecer incentivos e desestimular a falta em mais de um treino consecutivo.

    “Se as pessoas querem aumentar sua atividade física ou mudar seus hábitos de saúde, existem insights comportamentais de baixo custo que podem ser incorporadas aos programas para ajudá-las a ser mais bem-sucedidas”, reforçou a principal autora do estudo, Katy Milkman, professora na Wharton School da Universidade da Pensilvânia e autora do livro “Como Mudar: as Novas Pesquisas para Superar Desafios e Transformar Nosso Comportamento”.

    Você pode começar aos poucos, disse a colaboradora de fitness da CNN e coach de corpo e mente de atletas profissionais, Dana Santas, em um artigo da CNN em 2022.

    “Fazer dez minutos de exercícios todos os dias é muito mais fácil do que as pessoas pensam. Pense na velocidade com que dez minutos se passam quando você está navegando nas redes sociais, ou assistindo a um programa de TV”, disse Santas por e-mail. “Não é um grande investimento de tempo, mas pode trazer grandes benefícios para sua saúde”.

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