Estudo inicial de vacina contra o câncer de pâncreas tem resultado promissor
À CNN Rádio, o chefe de Oncologia do INCA Alexandre de Mendonça Palladino explicou a estratégia do imunizante, que teve estudo publicado na revista Nature
Uma vacina contra o câncer de pâncreas apresentou resultados promissores no tratamento da doença.
A pesquisa, publicada na revista científica Nature, está em teste clínico de fase 1, desenhado para avaliar a segurança do composto.
O imunizante foi capaz de induzir a produção de células do sistema imune contra tumores em 50% dos voluntários que receberam a vacina, produzida pela BioNTech em parceria com a Pfizer.
A plataforma utilizada é de RNA, a mesma de imunizantes contra a Covid-19.
À CNN Rádio, o chefe de Oncologia do INCA Alexandre de Mendonça Palladino explicou a estratégia da vacina.
Segundo ele, este tipo de imunoterapia estimula, como o nome diz, o sistema imunológico e, até aqui, não havia se mostrado eficaz contra o câncer de pâncreas — que é um dos mais letais.
“A vacina oferece proteínas para fazer com que o sistema imunológico identifique a doença como estranha e atue em cima das células do câncer”, disse.
Dentre os 16 pacientes avaliados, “metade deles conseguiram produzir atividade imunológica contra a doença, o que é um resultado melhor no sentido de recorrência, é bastante promissor.”
Mesmo assim, o oncologista destaca que o estudo ainda deverá demorar alguns anos para passar para a fase 2 e depois a fase 3.
“Talvez até 3 anos mais ou menos para ter incorporação no tratamento, mesmo assim é uma coisa promissora”, completou.
Diagnóstico
Palladino explicou que o câncer de pâncreas é caracterizado por ser diagnosticado em fase avançada, quando já se apresentam sintomas.
Ele também alertou que a doença tem “alta taxa” de recorrência, e não há exame eficaz para rastreamento.
*Com produção de Isabel Campos