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    Estudo da Fiocruz comprova que eficácia da Astrazeneca e Coronavac cai em idosos

    Segundo os pesquisadores, os dados servirão de base para orientação de decisões de saúde pública, incluindo a necessidade de doses adicionais ou de reforço

    Lucas Janoneda CNN

    No Rio de Janeiro

    Um estudo realizado por pesquisadores de diversas instituições brasileiras e do exterior com 75,9 milhões de pessoas vacinadas confirma que o fator idade influencia na eficácia dos imunizantes de Oxford/Astrazeneca e Coronavac.

    A pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (27), indica que a proteção contra o vírus, gerada a partir da aplicação das duas doses, é menor em pessoas mais velhas. A análise foi feita entre 18 de janeiro e 24 de julho deste ano.

    As vacinas avaliadas são fabricadas no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan. Segundo os pesquisadores, os dados servirão de base para orientação de decisões de saúde pública, incluindo a necessidade de doses adicionais ou de reforço.

    Proteção contra óbitos

    A pesquisa aponta que as duas doses da Astrazeneca oferecem proteção de 90,2% contra óbito em pessoas com faixa etária intermediária. Já o esquema vacinal completo com a Coronavac reduz em 73,7% o risco de morte do mesmo grupo.

    Entretanto, os dados mostram que a eficácia dos imunizantes sofre uma queda quando aplicados na população com maior idade. O levantamento mostra que as pessoas entre 80 e 89 anos que tomaram a vacina da Astrazeneca tiveram uma proteção contra morte de 89,9%, enquanto a eficiência da Coronavac foi para 67,2%.

    Já para o público acima de 90 anos, a vacina sofre novamente outra redução na eficácia, segundo as informações divulgadas. O estudo mostra que os índices de proteção ficaram em 65,4% nos vacinados com Astrazeneca e 33,6% com Coronavac nos idosos dessa faixa etária.

    “Quando a faixa etária é levada em conta, as vacinas oferecem diferentes níveis de proteção, sendo observada uma evidência de aumento, ainda que em níveis distintos, na taxa de incidência de hospitalização e óbitos das vacinas de acordo com a idade”, destaca um trecho da pesquisa.

    Eficiência das vacinas por faixa etária

    O pesquisador da Fiocruz Bahia Manoel Barral-Netto ressaltou que essa foi a primeira pesquisa que analisou a relação entre a eficiência das vacinas com as faixas etárias. Mas ele voltou a ressaltar que todos os imunizantes são eficientes em todas as parcelas populacionais.

    “Já tínhamos suspeita da influência da idade na queda da efetividade, porque o mesmo ocorre com outras vacinas. O que fizemos foi delimitar claramente esse ponto de declínio. Essa é também a primeira comparação feita entre vacinas que usam diferentes plataformas. Mas temos que lembrar que os resultados mostram que ambas as vacinas são efetivas na proteção contra infecção, hospitalização e óbito, considerando o esquema vacinal completo”, disse Barral-Netto.

    Profissional de saúde aplica vacina Pfizer/BioNTech contra Covid-19 na França
    Profissional de saúde aplica vacina contra Covid-19 / Reprodução/CNN Brasil

    Efetividade geral dos imunizantes após esquema completo de vacinação

    Indivíduos que receberam as duas doses da vacina Astrazeneca/Fiocruz tiveram uma proteção de 72,9% contra infecção, 88% contra hospitalização, 89,1% contra internação em UTI e 90,2% contra óbito.

    Pessoas com o esquema vacinal completo pela Coronavac tiveram um risco de infecção 52,7% menor; 72,8% menor de hospitalização, 73,8% menor de ir para a UTI, e 73,7% menor de morrer.

    A Astrazeneca/Fiocruz já foi aprovada em 181 países e a Coronavac em 39.