Especialistas debatem se o uso de máscara para a prevenção da Covid-19 deve ser revisto
Estudo feito por epidemiologistas britânicos questionou a efetividade do uso de máscaras para prevenção de doenças respiratórias
Um estudo feito por epidemiologistas britânicos questionou a efetividade do uso de máscaras para prevenção de doenças respiratórias. A revisão sistemática apontou que o equipamento pode não funcionar para o controle de infecções respiratórias, como a gripe e a Covid-19, a partir de 78 pesquisas feitas em diferentes partes do mundo.
Em painel promovido pela CNN nesta sexta-feira (24), a microbiologista e presidente do Instituto “Questão de Ciência”, Natália Pasternak, e o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da UNESP, Alexandre Naime Barbosa, discutiram essas informações.
A microbiologista Natália Pasternak avaliou que o estudo em si “não traz novidade”, e que é importante se observar qual pergunta foi feita pelo estudo publicado.
“O estudo em si não traz nenhuma novidade. O que ele analisou foi o uso de máscaras para diversas doenças respiratórias, em contextos diferentes, em épocas diferentes, fora de pandemia. Então a gente tem que primeiro avaliar esse estudo vendo qual foi a pergunta que ele fez, que foi a seguinte: o uso de máscaras na comunidade funciona melhor do que em locais que não tem essa obrigatoriedade? Essa pergunta é extremamente genérica”, disse a microbiologista.
Já o professor Alexandre Naime Barbosa avaliou que, mesmo considerando o contexto do estudo, que é válido, um problema importante tem a ver com a interpretação.
“É importante dizer que nessa revisão sistemática, não foram incluídos 78 estudos, como a chamada da matéria colocou, mas sim 11 estudos, que cinco deles não tem nada a ver com Covid. No contexto atual ele é válido, mas o problema que eu vejo é o problema da interpretação”.