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    Especialistas dão dicas para casais separados pela quarentena

    Tecnologia e a criatividade são armas para diminuir os potenciais impactos da distância por causa do coronavírus

    Por Pedro Duran, da CNN Brasil em São Paulo

     
    Ao longo das últimas semanas, a CNN tem acompanhado as dificuldades diárias de casais separados pela quarentena e pelo isolamento social impostos pela pandemia do novo coronavírus.

    Alessandra e Cayo, Rodrigo e Matilde, Laio e Felipe. Todos eles têm tentando encontrar maneiras de não deixar o amor arrefecer com a distância.

    Em diferentes partes do mundo, o coronavírus tem imposto bloqueios de linhas de trens, ônibus e aéreas, bloqueios até de estradas, cancelamento de passagens e viagens, fechamento de hotéis e o impedimento de entrar em alguns países. Isso fora a quarentena e o isolamento social impostos para parte das cidades brasileiras e para pessoas que manifestam sintomas ou tem a confirmação de que contraíram o coronavírus.

    Casais separados

    Cayo Felipe é produtor musical e Alessandra Maia, gerente de contratos. Eles se conheceram na adolescência, mas seguiram rumos diferentes na vida. Alessandra, à época, participou de um clipe da banda dele quando estudavam juntos. Se reencontraram recentemente em uma viagem dela ao Brasil pra ver a família. É que ela trabalha com turismo, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Foi aí que eles se reencontraram e acabaram começando um relacionamento, mesmo morando distantes. Cayo, que mora em São Paulo (SP), encontraria com ela quando a banda dele fosse fazer uma turnê nos Estados Unidos. Mas a viagem que marcaria o encontro do namoro foi cancelada, assim como o vôo dele. E eles não conseguiram se reencontrar. “A gente se apegou muito ao fato de que uma forma ou de outra ele estaria aqui muito em breve, até que a turnê foi cancelada por conta do coronavírus e foi um banho de água fria absurda”, disse ela.

    O jornalista Laio Amaral e o engenheiro ambiental Felipe Barrado tiveram o reencontro impedido pelos sintomas que os dois tiveram de gripe. Embora morem na mesma cidade, Belo Horizonte (MG), eles evitaram de se encontrar enquanto não passassem os sintomas do que poderia ser, para qualquer um dos dois, um sinal da nova doença. “Agora a gente tá no isolamento, numa distância que não foi opcional, isso já é um pouco complicado porque aquilo que você não escolhe, aquilo que de uma certa forma é mandatório, tem uma certa adaptação, um certo entendimento”, diz Felipe.

    Quando o engenheiro de software Rodrigo Broggi veio ao Brasil, ele não sabia que ficaria tanto tempo distante de sua esposa, a professora de pilates Matilde Genovese. Os dois moram juntos em Milão, na Itália, mas ele veio ver a família no Brasil e acabou ficando preso em Ubatuba, cidade do litoral norte de São Paulo, onde ele costumava surfar na infância e na adolescência. Ela está lá, numa região bastante afetada pelo vírus. “Pra superar essa parte mais difícil, acho que a principal coisa é se falar sempre, bastante, com frequência, e cuidar, ao menos que seja virtualmente, um do outro. Afinal, como dizia Caetano, ‘quem ama cuida’, e essa é nossa estratégia”, conta Rodrigo.

    Especialistas dão dicas

    Para entender o que os casais podem fazer em tempos de quarentena para manter o relacionamento ativo e saudável, a reportagem da CNN ouviu a psicóloga clínica Mariana Cristina Fernandes, que faz terapia com casais, e o psiquiatra e psicanalista Arthur Kaufman. Eles explicam que é possível usar a tecnologia e a criatividade para diminuir os potenciais impactos da distância na dinâmica dos casais e no elo entre os parceiros.

    “Uma dica importante que pode ser bastante relevante nesse período é compartilhar atividades juntos mesmo que à distância. De repente selecionar um mesmo filme para assistir em tempo real, cada um na sua casa, pedir o mesmo delivery, o mesmo prato, o mesmo restaurante, pra sentir que estão jantando juntos, almoçando juntos, fazendo um lanche juntos, escolher até um jogo online ou organizar um encontro online com amigos do casal”, conta Mariana.

    A dica do psiquiatra Arthur Kaufman é procurar surpreender sempre o parceiro, com pequenos gestos de delicadeza. “Por exemplo, trocar um podcast com as músicas favoritas do casal, fazer pela internet uma encomenda de café da manhã surpresa, enviar flores virtuais… O essencial é demonstrar sempre que o parceiro, ou a parceira, está vivo e presente, portanto o afeto e o amor também estão presentes na relação desse casal”, diz ele.

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