Escassez de testes exige que laboratórios priorizem pacientes com sintomas graves
Associação de laboratórios privados alerta para falta de testes; diretor diz que cenário será “difícil” com escassez de PCR e antígeno

Em reunião realizada nesta terça-feira (11), representantes de laboratórios de medicina diagnóstica decidiram mudar as regras para realização de testes de detecção da Covid-19 e passar a priorizar pacientes com sintomas graves ou que tenham alto risco caso contraiam a doença.
Pessoas que estejam aguardando cirurgias e gestantes também terão prioridade.
A medida foi anunciada em nota técnica da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que realiza mais de 65% de todos os exames realizados pela saúde suplementar no país.
Os laboratórios associados irão implementar a medida, que vigorou no começo da pandemia, em 2020, enquanto os testes não forem suficientes para a demanda.
A medida foi tomada para evitar o desabastecimento da rede privada de testes dos tipos PCR e antígeno para detecção do coronavírus.
O médico Alex Galloro, diretor do comitê de análises clínicas da Abramed, afirmou à CNN que diferenças regionais impedem uma estimativa sobre quando os testes podem acabar no Brasil, mas que o cenário é grave.
“Se continuarmos nesse ritmo, testando todo mundo que tem sintoma leve e quem teve contato, ficaremos sem testes no mercado. Vai ser difícil”, declarou.
A CNN apurou que diversos laboratórios particulares no Rio de Janeiro já suspenderam a marcação de testes contra covid-19 nesta quarta-feira (12) em virtude da falta de insumos.
“A gente vinha num ritmo bom”, afirmou Galloro, “até as festas de fim de ano. Depois, houve um boom, daí precisamos voltar ao que fazíamos lá atrás, em março, abril de 2020”.
Dados da Abramed mostram que, entre os dias 3 e 8 de janeiro de 2022, 240 mil testes de detecção da Covid-19 foram feitos em laboratórios privados do país, um aumento de 98% em relação à semana do Natal (20 a 26 de dezembro de 2021).