Sintomas de infarto: conheça os principais sinais e como identificar
Os sintomas de infarto envolvem a sensação de aperto ou dor no peito; entenda mais sobre isso e como é feito o tratamento desse episódio
Os sintomas de infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, acontecem devido à morte das células de uma região do músculo do coração causada pela formação de um coágulo que interrompe o fluxo de sangue.
De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que, no Brasil, ocorram de mil a 400 mil casos anuais e que a cada 5 a 7 casos, ocorra uma morte.
A principal causa é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias causando a obstrução.
Na maioria dos casos, o princípio de infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo.
Especialistas consultados pela CNN explicam quais são os principais fatores de risco e como é feito o tratamento desse episódio.
Quais os sintomas de infarto?
Embora possa acontecer de maneira súbita, parte dos pacientes pode apresentar sinais, ao infartar, que incluem:
- Dor ou desconforto na região peitoral que pode afetar as costas, rosto, braço esquerdo;
- Sensação de peso ou aperto sobre tórax;
- Suor frio;
- Palidez;
- Falta de ar;
- Sensação de desmaio.
Segundo dados da American Heart Association, 20% dos casos são assintomáticos. Isso significa que eles só são diagnosticados posteriormente, durante exames de check-up médico de rotina.
Outro fator que também pode influenciar na experiência dos sintomas de começo de infarto, de acordo com o Hospital do Coração (HCor), é o sexo da pessoa.
Ou seja, os sintomas de infarto podem ser manifestados diferentemente entre homens e mulheres.
Isso acontece porque o ataque cardíaco nas mulheres geralmente acomete pequenas artérias, enquanto que nos homens, as grandes artérias coronárias — mas isso não é regra.
Sintomas de infarto em homens
Os homens tendem a relatar dor no peito com mais frequência como um dos sintomas de começo de infarto. É como se a dor fosse mais intensa em relação a pressão ou aperto, além da sensação de suor sem estar sentindo calor.
Sintomas de infarto feminino
Em vez de sentir uma pressão ou aperto, as mulheres costumam experimentar como uma dor aguda, pontiaguda ou como uma sensação de queimação. A dor também pode estar localizada não apenas no peito, mas nos ombros, costas, pescoço ou mandíbula.
Conheça os 5 tipos de infarto
O termo “infarto”, como dito, refere-se principalmente à morte do tecido devido à falta de suprimento sanguíneo adequado.
No entanto, apesar de ter um modo mais conhecido, há outras formas que esse processo acontece. Por isso, os tipos de infarto descrevem diferentes cenários em que o músculo cardíaco pode ser afetado devido à falta de sangue.
Entenda a seguir.
Miocárdio Tipo 1
Este é o tipo mais conhecido, desencadeado pela obstrução da passagem do sangue por uma artéria coronária.
A causa principal é geralmente a formação de um coágulo (trombo) em uma artéria que bloqueia o fluxo sanguíneo para uma parte do músculo cardíaco, levando à lesão das células cardíacas.
Miocárdio Tipo 2
Esse tipo ocorre devido à diminuição da irrigação sanguínea no músculo cardíaco por causa de eventos graves.
Pode ser desencadeado por situações como crises hipertensivas, que aumentam a demanda por oxigênio abruptamente, espasmos das artérias coronárias, pressão arterial baixa ou ritmos cardíacos anormais (arritmias), que reduzem a oferta de oxigênio ao coração.
Fulminante
É o mais grave de todos: leva à morte súbita. Geralmente, ocorre uma falta tão significativa de oxigênio e nutrientes que a maioria das células cardíacas morre.
Também pode ser causado por lesões que comprometem a frequência cardíaca normal, resultando em arritmias graves.
Miocárdio Tipo 4
Esse ocorre após a realização de uma angioplastia das artérias coronárias.
A angioplastia é um procedimento para desobstruir as artérias coronárias e pode ser seguida por complicações, como a formação de um novo coágulo ou obstrução da artéria por cima do stent colocado durante o procedimento.
Miocárdio Tipo 5
Ele está relacionado à revascularização cardíaca, como a cirurgia de ponte de safena. Durante esse procedimento, uma ligação artificial é criada entre a artéria coronária e a aorta para contornar a obstrução.
No entanto, em alguns casos, o ataque cardíaco pode ocorrer como resultado da cirurgia ou de outros eventos cardiovasculares relacionados à revascularização.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para ter um início de infarto e até mesmo o episódio em si são o tabagismo e o colesterol em excesso.
O comportamento favorece a formação e o acúmulo de placas de gordura, além de contribuir para o desenvolvimento de hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes.
De acordo com o médico cardiologista Carlos Rassi, do Hospital Sírio-Libanês de Brasília e professor de Cardiologia da Universidade de Brasília (UnB), pessoas que já sofreram infarto apresentam chances aumentadas de novos episódios.
Todo paciente que infarta vai ser para o resto da vida um paciente de muito alto risco para ter novos indícios de infarto.
“A doença aterosclerótica, desenvolvida pelo somatório de vários fatores como idade avançada, diabetes, hipertensão, histórico familiar, tabagismo, sedentarismo, obesidade e estresse, normalmente acontece em vários locais, não somente em um vaso específico como as artérias do coração”, explica o médico.
O especialista afirma que a falta de cuidado de outras condições de saúde, como a obesidade, o diabetes e a hipertensão, e a ausência na mudança de hábitos de vida, como a manutenção do tabagismo e do sedentarismo, também aumentam a probabilidade de novos.
“Se não tratar a hipertensão ou o diabetes, se não parar de fumar, se não melhorar hábitos alimentares e de atividade física, tudo isso faz com que a doença continue a se desenvolver. Mesmo fazendo tudo correto, pode desenvolver outros episódios. O tratamento diminui os riscos, aumenta a qualidade de vida, mas não zera os riscos”, alerta.
Como socorrer alguém que pode estar sofrendo infarto?
Socorrer alguém que pode estar sofrendo um infarto é uma ação crucial que pode salvar vidas.
O primeiro passo é ligar imediatamente para um serviço de emergência médica, como o 192 no Brasil. Informe que você suspeita que a pessoa esteja tendo um ataque cardíaco.
Tente também manter a pessoa calma e tranquilize-a. O estresse e a ansiedade podem piorar a situação. Encoraje a pessoa a se sentar ou deitar em uma posição confortável, preferencialmente com as pernas elevadas, a menos que isso seja desconfortável para ela.
Se a pessoa não for alérgica à aspirina e tiver acesso a ela, dê uma aspirina para mastigar. A aspirina pode ajudar a reduzir a formação de coágulos sanguíneos. Não ofereça nada de comer ou beber.
O médico cardiologista Hélio José Castello Junior, coordenador da Hemodinâmica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo, afirma que a situação sempre requer cuidados médicos imediatos.
No atendimento médico, o tratamento costuma ser cirúrgico ou medicamentoso, com uso de anticoagulantes, por exemplo.
“Quanto mais rápido for ao hospital e receber o atendimento ideal para desobstruir uma artéria com o cateterismo e a angioplastia, que é o implante de stent, ele vai derrubar o risco de morte de 35 a 40% para abaixo de 5%”, diz o especialista.
É importante que a pessoa seja atendida em até 90 minutos.
Como o diagnóstico é feito?
O eletrocardiograma (ECG ou EKG é uma ferramenta fundamental para diagnosticar um ataque cardíaco. Ele registra a atividade elétrica do coração e pode mostrar alterações características no traçado ECG que indicam sinais de um infarto.
Depois que a pessoa está sob os cuidados de emergência indicados pelo ECG, podem ser requisitados outros exames complementares, como marcadores sanguíneos, para ter mais precisão no diagnóstico.
Qual é o tratamento indicado para quem já sofreu infarto?
“Existem pacientes que podem ter um quadro de indícios de infarto, como dor no peito, falta de ar, cansaço aos esforços que não tinha antes. Tudo isso são sinais que devemos ficar atentos. Nessas situações, procure um cardiologista para ser avaliado”, diz Rassi.
O monitoramento regular das condições cardíacas permite a identificação precoce de possíveis alterações vasculares. Rassi recomenda que pessoas que já sofreram realizem acompanhamento médico de uma a duas vezes ao ano e mantenham atenção aos sintomas.
Além da prática regular de exercícios físicos, alimentação adequada e evitar o tabagismo, a prevenção de doenças como a aterosclerose, diabetes e obesidade contribuem para evitar o entupimento das artérias e o ataque cardíaco.