Entenda como o medo da guerra pode afetar a saúde
Corpo humano reage a situações adversas como insegurança e incerteza, que são intensificadas diante de conflitos
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu no dia 24 de fevereiro. Forças russas realizam bombardeios em diversas regiões do país – acompanhe a cobertura especial na CNN.
Na edição desta quarta-feira (2) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou como o medo da guerra pode trazer impactos negativos para a saúde humana.
Diante de uma situação de estresse, o organismo libera uma série de substâncias, como a adrenalina e o cortisol, que vão permitir uma resposta mais ágil do corpo como mecanismo de defesa. No entanto, o prolongamento do quadro pode ser nocivo ao corpo.
“É uma situação de extrema tensão, que traz preocupação e pode implicar no comprometimento da saúde, da integridade física pelos próprios elementos físicos e químicos da guerra em si, como também por toda essa questão que envolve uma grande insegurança e uma destruição tão frágil dessa nossa falsa sensação de segurança que a gente tem quando está dentro da própria casa”, explicou.
Reação ao medo e incertezas
Sentimentos como o medo e a incerteza despertam diferentes reações no corpo humano.
Enquanto as glândulas suprarrenais atuam na liberação do hormônio adrenalina, o cérebro se coloca em situação de alerta ou fuga. O coração tem um aumento da frequência cardíaca, que faz com que os músculos recebam mais sangue e possam reagir de forma imediata a qualquer ameaça. Os pulmões também podem apresentar aumento da frequência respiratória, levando a uma respiração mais ofegante, para captar o máximo possível de oxigênio.
“Quando você vê um pai, uma mãe, um soldado militar ou quem quer que seja numa situação de pavor, pode ter um desempenho físico melhor do que a média. Nesse momento, ele está colocando todo o seu corpo físico direcionado para a preservação da sua integridade física e mental”, afirma.
Segundo Gomes, embora a reação seja um processo natural de defesa do organismo, o prolongamento do estado de alerta – como ocorre nas situações de conflito, pode trazer problemas de saúde.