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    Radioterapia: entenda o que é, como funciona e principais efeitos

    Você sabe como a radioterapia é utilizada no tratamento do câncer? Entenda tipos, sessões e efeitos colaterais envolvidos

    Como funciona a radioterapia?
    Como funciona a radioterapia? Mark Kostich/Getty Images

    Da CNN

    em São Paulo

    O tratamento contra o câncer pode incluir, por exemplo, cirurgia, para remover a parte do órgão afetada; quimioterapia, que consiste no uso de medicamentos, e radioterapia, que é o uso de radiação.

    Esse último é um dos principais tratamentos utilizados no combate ao câncer. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 60 a 70% dos pacientes com diagnóstico de câncer passam por esse tipo de tratamento em alguma fase.

    As estratégias são utilizadas para diminuir a possibilidade de retorno do tumor. O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor.

    A seguir, entenda mais detalhes desse tratamento: o que é, tipos, diferenças, como funciona e efeitos.

    O que é radioterapia?

    A radioterapia é uma forma de tratamento contra o câncer que utiliza radiações ionizantes (como raios-x, por exemplo), que são um tipo de energia para destruir as células do tumor ou impedir que elas se multipliquem.

    De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), essas radiações não são vistas durante a aplicação e o paciente não sente nada durante o tratamento.

    A maioria dos pacientes com câncer é tratada com radiações e o resultado costuma ser positivo, incluindo o desaparecimento do tumor, o controle e cura da doença.

    Quando não é possível atingir a cura, ela pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida.

    Em alguns casos, ela pode ser usada em conjunto com a quimioterapia, que utiliza medicamentos específicos contra o câncer. A decisão sobre a melhor conduta de tratamento depende do tipo de tumor e das condições de saúde do paciente.

    Formatos de radioterapia

    A radioterapia pode ser utilizada como tratamento do câncer adjuvante, neoadjuvante, paliativo e para o tratamento de metástases. Entenda o que cada um significa.

    Tratamento adjuvante

    A adjuvante é realizada após o tratamento cirúrgico do câncer, com o objetivo de eliminar as células cancerígenas remanescentes e reduzir o risco de recorrência da doença.

    Ela é frequentemente utilizada para garantir que todas as células cancerígenas tenham sido removidas, principalmente em casos de tumores com alto risco de disseminação.

    Tratamento neoadjuvante

    A neoadjuvante é administrada antes do tratamento cirúrgico do câncer. O objetivo dessa abordagem é reduzir o tamanho do tumor, facilitando a cirurgia e melhorando os resultados do procedimento.

    Ela pode ser utilizada, por exemplo, para encolher um tumor antes da remoção cirúrgica ou para tornar um tumor inoperável em uma condição tratável.

    Tratamento paliativo

    Essa terapia também pode ser utilizada como tratamento paliativo, com o objetivo de aliviar os sintomas causados pelo câncer, como dor, sangramento ou obstrução de órgãos.

    Nesses casos, a radioterapia não tem a intenção de curar a doença, mas sim melhorar a qualidade de vida do paciente, proporcionando alívio dos sintomas e retardando o avanço da doença.

    Tratamento de metástases

    Quando o câncer se dissemina para outras partes do corpo, formando metástases, ela pode ser utilizada para tratar essas lesões.

    Ela pode ser aplicada de forma focal, visando controlar o crescimento das metástases, aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

    Como funciona a radioterapia?

    Como é feito o tratamento de radioterapia?
    Como é feito o tratamento de radioterapia? / Imagem: Shutterstock

    De acordo com o Inca, a radioterapia funciona de duas formas, externa ou braquiterapia.

    Já o número de aplicações necessárias varia de acordo com a extensão e a localização do tumor, dos resultados dos exames e das condições clínicas de cada paciente.

    Entenda como funcionam esses dois tipos.

    Externa

    Na externa, também chamada de teleterapia, a radiação é emitida por um aparelho, que fica afastado do paciente, direcionado ao local a ser tratado, com o paciente deitado.

    Sendo na área de cabeça e pescoço, o paciente usa uma máscara que ajuda a manter a posição correta durante o tratamento.

    Se for no restante do corpo, serão feitas marcações com uma tinta especial no local para os técnicos posicionarem o paciente corretamente, antes de iniciar o tratamento. As aplicações são, geralmente, diárias.

    Braquiterapia

    A técnica de braquiterapia, por sua vez, conta com aplicadores colocados pelo médico em contato com o local que deve receber o tratamento.

    A fonte de radiação sai do aparelho, percorre cateteres que são ligados aos aplicadores e irradia próximo à área a ser tratada.

    Depois, a fonte retorna ao aparelho fazendo o mesmo trajeto. Esse tipo de tratamento é feito em ambulatório, geralmente uma vez por semana, durante três semanas.

    Dependendo do tumor e da anatomia do paciente podem ser utilizados diversos dispositivos para o tratamento, sendo que alguns necessitam de sedação. A sedação é realizada para evitar desconfortos no momento da colocação desses aplicadores.

    Qual é a diferença entre radioterapia, imunoterapia e quimioterapia?

    Radioterapia, imunoterapia e quimioterapia são diferentes modalidades de tratamento utilizadas no combate ao câncer, cada uma com suas características distintas.

    Como dito, a primeira envolve o uso de radiação ionizante para destruir células cancerígenas e impedir seu crescimento. Ela é administrada de forma localizada, direcionada à área específica do corpo onde está localizado o tumor.

    A imunoterapia é um tipo de tratamento que utiliza o sistema imunológico do próprio paciente para combater o câncer.

    Ela estimula e fortalece as defesas naturais do organismo para reconhecer e atacar as células cancerígenas.

    A imunoterapia pode envolver o uso de anticorpos monoclonais, citocinas ou vacinas, entre outros medicamentos, para ajudar o sistema imunológico a reconhecer e destruir as células cancerígenas de forma mais eficaz.

    A quimioterapia, finalmente, é um tratamento sistêmico que utiliza medicamentos quimioterápicos para combater as células cancerígenas em todo o corpo.

    Esses medicamentos são administrados por via oral, intravenosa ou por outras vias, e circulam pelo sangue, atingindo as células cancerígenas em diferentes partes do organismo.

    A quimioterapia é frequentemente utilizada para tratar cânceres que se espalharam pelo corpo, mas também pode ser utilizada em outros estágios da doença. Seu objetivo é destruir as células cancerígenas ou controlar seu crescimento.

    É importante ressaltar que essas modalidades de tratamento podem ser utilizadas isoladamente ou em combinação, dependendo do tipo de câncer, estágio da doença e das características individuais de cada paciente.

    A escolha do tratamento mais adequado é baseada em uma avaliação completa da situação clínica e discussão entre o médico oncologista e o paciente.

    Qual é a equipe envolvida?

    A equipe envolvida no tratamento é composta por profissionais altamente qualificados que trabalham em conjunto para planejar e administrar o tratamento. São eles:

    • Oncologista: é o médico especializado no tratamento do câncer em geral e desempenha um papel crucial na coordenação e no acompanhamento do tratamento do paciente.É ele quem diagnostica o câncer, determina o estágio da doença e define o plano de tratamento;
    • Físico médico: é o profissional responsável por realizar as medições e cálculos precisos para garantir que a dose de radiação seja adequada e segura. Ele também supervisiona o equipamento e garante sua calibração e funcionamento corretos;
    • Dosimetrista: é o profissional que trabalha em conjunto com o médico radioterapeuta e o físico médico para calcular e planejar a distribuição da dose de radiação no corpo do paciente. Ele utiliza softwares e ferramentas especializadas para criar um plano de tratamento personalizado;
    • Tecnólogo em radioterapia: É o profissional responsável por administrar o tratamento ao paciente. Ele opera os equipamentos, posiciona o paciente corretamente e monitora o tratamento para garantir a precisão e segurança;
    • Enfermeiro oncológico: esse é o enfermeiro especializado em cuidados oncológicos que oferece suporte e assistência aos pacientes durante o tratamento. Ele fornece informações, realiza avaliações de saúde, gerencia os efeitos colaterais e promove o bem-estar do paciente.

    Quantas sessões de radioterapia são necessárias?

    Quantas sessões de radioterapia são necessárias?
    Quantas sessões de radioterapia são necessárias? / Imagem: Shutterstock

    Os ciclos de radioterapia referem-se à programação e duração do tratamento, que é dividido em várias sessões ou frações ao longo de um determinado período de tempo.

    A quantidade de sessões e a duração do tratamento podem variar dependendo do tipo de câncer, estágio da doença e do plano de tratamento definido pelo médico radioterapeuta.

    É possível fazer um tratamento apenas com radioterapia?

    Sim, segundo especialistas ouvidos pela CNN, em certos casos, é possível fazer um tratamento completo de câncer apenas com radioterapia.

    Ela pode ser usada como terapia principal, especialmente quando o tumor é sensível à radiação e está localizado em uma área específica do corpo.

    Em outros casos, pode ser combinada com outros tratamentos, como cirurgia ou quimioterapia, para aumentar a eficácia do tratamento e melhorar os resultados.

    Mas, como já dito, a decisão de utilizar apenas essa terapia ou combiná-la com outras modalidades de tratamento depende de vários fatores, como o tipo de câncer, seu estágio, localização, características biológicas e a saúde geral do paciente.

    Tudo isso vai depender da avaliação da equipe médica especializada.

    Quais são os efeitos colaterais da radioterapia?

    Esse tipo de tratamento pode causar alguns sintomas , que variam de acordo com o tipo de tratamento, a dose administrada, a área do corpo tratada e a resposta individual de cada paciente.

    Segundo o Instituto de Combate ao Câncer, a depender de onde é a região que o câncer se encontra, os efeitos colaterais comuns podem não surgir. No geral, alguns dos efeitos colaterais da radioterapia mais comuns da incluem:

    • fadiga, ou seja, uma sensação de cansaço extremo e falta de energia;
    • problemas de pele, pois a área tratada pode ficar sensível, avermelhada, seca, descamativa ou irritada;
    • alterações no apetite e digestão, o que pode causar também náuseas, vômitos, diarreia ou prisão de ventre;
    • queda de cabelo, dependendo da área do corpo tratada;
    • alterações na função sexual, tanto em homens quanto em mulheres.

    Além desses efeitos colaterais, cada paciente pode reagir de forma diferente ao tratamento.

    Após o término, existem alguns cuidados a ter depois de fazer radioterapia, como:

    • seguir uma alimentação balanceada e nutritiva para auxiliar na recuperação do organismo;
    • manter uma rotina de atividades físicas adequada, seguindo as orientações médicas;
    • realizar consultas de acompanhamento e exames de monitoramento conforme indicado pela equipe médica.

    Cada paciente é único, portanto, os cuidados a ter depois de fazer radioterapia precisam ser discutidos e personalizados em conjunto com a equipe médica responsável, levando em consideração as necessidades individuais de cada paciente.

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