Enquanto mundo não estiver vacinado, não estaremos protegidos, diz membro da OMS
Segundo Cristiana Toscano, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações, vacinação precisa ser global para ser totalmente efetiva
A representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro do grupo de trabalho de vacinas para a Covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS) Cristiana Toscano afirmou, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (26), que, enquanto não houver uma cobertura vacinal global, ninguém estará plenamente protegido contra a Covid-19.
“Temos que vacinar o mundo inteiro. Enquanto o mundo não estiver vacinado, nós não estamos protegidos e nenhum lugar estará”, disse Toscano.
Cristiana Toscano, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
A linhagem B.1.1.529 do novo coronavírus, nomeada Ômicron, foi classificada como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (26). A decisão é fruto de uma reunião de urgência convocada pelo grupo de trabalho sobre a Covid-19 da OMS.
A Anvisa recomendou nesta sexta-feira medidas de restrição para voos vindos de países onde se identificou inicialmente a variante. A decisão vale para viajantes procedentes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
Na noite desta sexta-feira, o ministro-chefe da Casa, Civil Ciro Nogueira, afirmou que o Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África devido à nova variante. Segundo o ministro, a medida entrará em vigor a partir da próxima segunda-feira (29).
A preocupação com a nova variante da Covid-19 identificada em Botsuana, no sul da África, que recebeu o nome técnico de variante Ômicron, tem feito países considerarem novas medidas restritivas a voos nas fronteiras.
Segundo levantamento feito pela CNN na tarde desta sexta-feira (26), pelo menos 23 nações já haviam anunciado bloqueios totais ou parciais a viajantes vindos de países do sul da África.
Segundo Toscano, medidas restritivas como o controle de voos oriundos de países que já tenham detectado pessoas infectadas com a nova variante são necessárias e devem ser adotadas.
A maior parte dos países estruturados, organizados e que tomam medidas de saúde pública de maneira rápida e baseada na ciência já tomaram as medidas
Cristiana Toscano, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
Relaxamento de medidas no Brasil
Sobre a flexibilização das medidas de distanciamento social que podem ser adotadas em breve no Brasil, Toscano disse ser necessário ter cautela, e afirmou que pode ser uma decisão prematura a ser tomada nesse momento.
“É prematura a flexibilização total das medidas nesse momento. Por quê? Porque novas variantes estão aparecendo, porque a gente tem uma cobertura que está melhorando, mas ainda não é o suficiente. A gente precisa, de fato, chegar a um nível de cobertura com as duas doses de 75%, 80%, para avançar com mais segurança”, disse.
(*Com informações de Anna Gabriela Costa, Carolina Figueiredo, Giovanna Galvani, João de Marida, Layane Serrano e Vinícius Bernardes, da CNN)