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    Em parceria, Opas e Grindr divulgam informações sobre mpox à comunidade LGBTQIA+

    Iniciativa vai abordar lacunas críticas sobre a doença, incluindo métodos de prevenção, tratamento e cuidados

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    Com o objetivo de combater a desinformação sobre a mpox, doença conhecida anteriormente como varíola dos macacos, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o aplicativo de relacionamentos Grindr realizam uma parceria.

    A ação tem como objetivo oferecer informações sobre a infecção às pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais e demais orientações afetivo sexuais e identidades de gênero (LGBTQIA+) na região das Américas.

    A iniciativa vai abordar lacunas críticas sobre a doença, incluindo métodos de prevenção, tratamento e cuidados. Além disso, prevê discutir formas de apoiar atividades de comunicação não discriminatórias ou estigmatizantes em torno do vírus, em coordenação com organizações que trabalham com comunidades LGBTQIA+.

    “Quando se trata de saúde pública é crucial alcançarmos as pessoas onde se sentem mais confortáveis, com as ferramentas que já usam em seu dia a dia”, disse Rubén Mayorga-Sagastume, chefe da Unidade de HIV, Hepatite, Tuberculose e Infecções Sexualmente Transmissíveis, e gerente de Incidentes para a mpox na Opas, em comunicado.

    Mayorga-Sagastume acrescentou que “informações claras e concisas sobre as medidas que as pessoas podem tomar para proteger a saúde são fundamentais para controlar e prevenir surtos de doenças infecciosas”, e agradeceu “a oportunidade de trabalhar com Grindr para fornecer informações para quem mais precisa”.

    A doença é causada pelo vírus mpox, membro do gênero Orthopoxvirus. É transmitida de pessoa para pessoa por contato próximo com lesões, fluidos corporais e materiais contaminados pelo vírus, como roupas de cama.

    “Nossas comunidades podem cuidar melhor de si mesmas quando têm o máximo de informações possíveis. Esse é um passo crucial para abordar o estigma social e as lacunas nos cuidados com a mpox, que afeta desproporcionalmente pessoas LGBTQ+. Estamos felizes em trabalhar com a OPAS e atender aos usuários de Grindr em todo o continente americano”, disse Steph Niaupari, gerente de igualdade do Grindr.

    Surto atual

    Em maio de 2022, vários países onde a mpox não é endêmica notificaram casos, incluindo países das Américas. Em 23 de julho de 2022, o diretor-geral da OMS declarou o surto de mpox em vários países como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Até o momento, quase 60 mil casos confirmados de mpox e 116 mortes foram notificados na região das Américas, de acordo com a Opas.

    O atual surto do vírus, que começou na Europa, afeta principalmente homens que fazem sexo com homens, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Até o dia 24 de abril, 96,2% dos casos com dados disponíveis foram registrados em homens, com idade média de 34 anos. A distribuição dos casos por idade e sexo manteve-se estável ao longo do tempo.

    De acordo com o boletim epidemiológico mais recente da OMS, entre os casos com informação disponível, 84,1% identificaram-se como homossexuais, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens.

    A doença é caracterizada por erupções ou lesões cutâneas que geralmente se concentram no pênis, ânus, boca, rosto, palmas das mãos e solas dos pés.

    Lesões na pele semelhantes a espinhas, que evoluem para bolhas são um dos principais sintomas da varíola dos macacos / Kateryna Kon/Science Photo Library/Getty Images

    Medidas de prevenção

    O Ministério da Saúde recomenda evitar contato próximo com pessoas com suspeita ou diagnóstico da doença, além da higienização das mãos com água e sabão ou com álcool em gel antes de comer ou tocar no rosto como uma medida de prevenção.

    Diante de algum sintoma suspeito, as pessoas devem procurar atendimento médico em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação.

    Durante a consulta, é importante informar se houve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Com base nesses registros coletados durante a consulta, o especialista poderá fazer o pedido de teste de diagnóstico.

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