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    Eficácia de 78% da Coronavac era uma meia verdade, diz médico sanitarista

    Sérgio Zanetta, médico sanitarista, falou à CNN sobre os dados apresentados pelo Instituto Butantan sobre o imunizante nesta terça-feira (12)

    Da CNN, em São Paulo

    O médico sanitarista Sérgio Zanetta avaliou, em entrevista à CNN nesta terça-feira (12), como uma “meia verdade” a eficácia de 78% da Coronavac apresentada na semana passada pelo Instituto Butantan. Hoje, o governo paulista divulgou a eficácia global do imunizante, que é bem menor: 50,38%.

    “A Secretaria de Saúde e a chefia do Butantan, contrariando o que se imaginaria que fizessem, apresentaram um número parcial. Eles escolheram o melhor número para apresentar. Sem nenhuma necessidade disso, pois a eficácia global da vacina estava boa”, disse Zanetta.

    “Nada justificaria esse comportamento, que, na minha opinião, foi inadequado. Não é mentira o que anunciaram há uma semana, mas é meia verdade. E, num momento em que há tantas dúvidas, a gente tem que dizer sempre a verdade”, destacou o médico.

    Eficácia da Coronavac
    Resultado de eficácia da Coronavac, vacina produzida pela Sinovac e pelo Instituto Butantan, divulgado nesta terça-feira (12) pelo Governo de São Paulo
    Foto: CNN Brasil / Dados do Instituto Butantan

    Os dados preliminares do Butantan, revelados no último dia 7, indicaram eficácia de 100% para casos graves e moderados, e de 78% para os infectados que apresentaram casos leves.

    Os números, no entanto, faziam parte de um recorte segmentado por casos e não é igual ao da eficácia global do imunizante, ou seja, a capacidade da vacina de proteger em todos os casos, sejam leves, graves ou moderados. 

    Zanetta ainda ressaltou que a eficácia global para a Coronavac divulgada pelo Butantan refere-se somente ao estudo feito no Brasil.

    “[Esse número] leva em conta que quem não tomou a vacina tem uma taxa de infecção e quem tomou vacina tem outra menor; a diferença entre as duas é o efeito medido do quanto a vacina pode proteger, que chamamos de eficácia. A eficácia global não é no mundo todo, é da pesquisa no Brasil”, explicou Zanetta.

    Caixas da Coronavac
    Caixas da Coronavac, vacina da farmacêutica Sinovac em conjunto com Instituto Butantan
    Foto: Thomas Peter/Reuters (24.set.2020)

    (Publicado por Daniel Fernandes)