Bia Miranda: é perigoso ter uma gestação logo após a outra? Entenda
Influenciadora, neta de consideração da cantora Gretchen, revelou que está grávida de seu segundo filho, três meses após o nascimento do primeiro bebê
A influenciadora Bia Miranda, 20, anunciou no domingo (29) que está grávida de seu segundo filho, três meses após o nascimento do primeiro bebê. Em um vídeo publicado no Instagram na segunda-feira (30), ela comentou que está “apavorada” com o que pode acontecer daqui para frente. O segundo bebê é fruto do relacionamento com Samuel Sant’anna, 31, mais conhecido como Gato Preto.
A neta de consideração de Gretchen e vice-campeã de A Fazenda 14 deu à luz Kaleb no dia 5 de junho desse ano, fruto da relação com o DJ Rafael Buarque. Os dois anunciaram o fim do namoro no dia 16 de agosto, pouco tempo após o nascimento do bebê. Dias depois, Bia anunciou o namoro com Gato Preto, mas que também já chegou ao fim.
Segundo Carla Paladino, ginecologista do grupo Hapvida NotreDame Intermédica, o retorno da ovulação pode ocorrer a partir de seis semanas após o parto e, por isso, há a necessidade de acompanhamento médico da mulher nesta fase para indicação de método anticoncepcional.
“Existem métodos disponíveis para serem utilizados no pós-parto imediato ou tardio, inclusive sendo seguros para as mulheres que estão amamentando”, afirma à CNN.
Riscos para o bebê e para a mãe
Mas, afinal, há riscos em ter duas gestações próximas, como no caso de Bia Miranda? Segundo Paladino, sim, existem riscos. “Quando o intervalo entre gestações é menor do que 6 meses, a gestante pode apresentar anemia, rotura uterina (ruptura do útero) ou descolamento prematuro da placenta, sangramentos vaginais e infecções do trato urinário ou genital”, afirma. Já para o feto, os riscos incluem prematuridade e baixo crescimento.
Segundo a especialista, o risco de complicações é maior quanto menor for o tempo transcorrido do parto anterior, se foi feito por cesariana e em mulheres com mais de 35 anos de idade.
Por isso, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o intervalo mínimo entre o parto e uma nova gravidez seja de, no mínimo, 12 a 18 meses.
A orientação da entidade vai ao encontro de um estudo divulgado em 2018 e publicado no jornal JAMA Internal Medicine. Segundo o trabalho, o intervalo seguro entre o parto e uma nova gravidez pode variar de acordo com a idade da mulher, mas, geralmente, é de, em média, um ano e meio.
Ainda de acordo com o estudo, mulheres com mais de 35 anos, que engravidaram em um intervalo de seis meses, tinham chance de 1,2% (12 casos para cada mil gestações) de mortalidade materna ou morbidade grave. No entanto, quando o espaço aumentava para 18 meses, o risco diminuía para 0,5%. Já o risco de parto prematuro caía de 6% (no intervalo de seis meses) para 3,4% (no intervalo de 18 meses).
Segunda gestação próxima da primeira requer cuidados especiais
Apesar dos riscos, é possível ter uma segunda gestação saudável mesmo após um espaço curto de tempo do parto do primeiro filho. Para isso, a orientação é reforçar os cuidados com a nutrição e com o pré-natal.
“É recomendado que ela tenha uma dieta equilibrada e saudável e algumas restrições podem ser impostas caso ocorram sintomas que possam sugerir risco aumentado para as complicações relatadas”, orienta Paladino.
Como prevenir uma nova gravidez antes do intervalo seguro?
De acordo com a ginecologista, existem diversos métodos seguros para a fase pós-parto que devem ser indicados de acordo com a vontade da mulher. É o caso de métodos reversíveis (de longa ou curta duração) ou definitivos. São eles:
- Reversíveis: uso de camisinha e pílulas anticoncepcionais e dispositivos intra-uterinos (DIU hormonal ou não-hormonal);
- Definitivos: ligadura tubária na mulher e vasectomia no homem.
“Embora a amamentação exclusiva possa representar algum grau de proteção a uma nova gravidez, ela não é considerada um método contraceptivo”, alerta.
A escolha do método contraceptivo deve ser feita pela mulher em conjunto com seu ginecologista, que deverá avaliar a indicação correta considerando as necessidades individuais da mulher e os aspectos clínicos relacionados.