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    É improvável que o surto de varíola dos macacos leve a uma pandemia, diz OMS

    Mais de 300 casos suspeitos e confirmados foram relatados em países não endêmicos para o vírus em maio

    OMS identificou casos da varíola dos macacos em mais de 20 países não endêmicos
    OMS identificou casos da varíola dos macacos em mais de 20 países não endêmicos Star Tribune /Getty Images

    Natalie Groverda Reuters

    em Londres

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma não acreditar que o surto de varíola dos macacos fora da África leve a uma pandemia. A avaliação é de uma autoridade que, nesta segunda-feira (30), acrescentou que ainda não está claro se pessoas infectadas que não apresentam sintomas podem transmitir a doença.

    Mais de 300 casos suspeitos e confirmados de varíola dos macacos, uma doença geralmente leve que se espalha por contato próximo, causando sintomas semelhantes aos da gripe e uma erupção cutânea distinta, foram relatados em maio.

    A maioria dos casos ocorreu na Europa, e não nos países da África Central e Ocidental, onde o vírus é endêmico. Nenhuma morte foi relatada até o momento.

    Cenário epidemiológico

    A OMS afirma que as investigações epidemiológicas estão em andamento e que a maioria dos casos notificados até agora não tem vínculos de viagem estabelecidos para uma área endêmica. Além disso, os casos foram identificados por meio de unidades de saúde de atenção primária ou serviços de saúde sexual.

    A identificação de casos confirmados e suspeitos da doença sem ligações diretas de viagem a uma área endêmica é considera atípica pela OMS.

    A epidemiologia preliminar das infecções iniciais notificadas à OMS pelos países mostra que os casos foram notificados principalmente entre homens que fazem sexo com homens (classificação técnica que inclui gays, bissexuais e pessoas que não se identificam com alguma dessas orientações).

    De acordo com a OMS, um caso de varíola em um país não endêmico é considerado um surto. O aparecimento súbito da varíola dos macacos simultaneamente em vários países não endêmicos sugere que pode ter havido transmissão não detectada por algum tempo, bem como eventos amplificadores recentes.

    Sobre a varíola dos macacos

    A doença é causada por um vírus que pertence ao gênero ortopoxvírus da família Poxviridae. Existem dois grupos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).

    O vírus da varíola dos macacos é transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. O período de incubação é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.

    Várias espécies animais foram identificadas como suscetíveis ao vírus da varíola dos macacos, incluindo esquilos, ratos, arganazes, primatas não humanos e outras espécies. De acordo com a OMS, são necessários mais estudos para identificar os reservatórios exatos e como a circulação do vírus é mantida na natureza. A ingestão de carne e outros produtos de origem animal mal cozidas de animais infectados é um possível fator de risco.

    A varíola geralmente é autolimitada, mas pode ser grave em alguns indivíduos, como crianças, mulheres grávidas ou pessoas com imunossupressão devido a outras condições de saúde.

    As infecções humanas com o tipo de vírus da África Ocidental parecem causar doenças menos graves em comparação com o grupo viral da Bacia do Congo, com uma taxa de mortalidade de 3,6% em comparação com 10,6% para o da Bacia do Congo.

    O diagnóstico diferencial clínico inclui outras doenças exantemáticas, como catapora, sarampo, infecções bacterianas da pele, sarna, sífilis e alergias associadas a medicamentos. A alteração do tamanho dos linfonodos (linfadenopatia) pode ser uma característica clínica para distinguir a doença.

    Os países endêmicos da varíola dos macacos são: Benin, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Gana (identificado apenas em animais), Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.

    (Edição de Toby Chopra; com informações de Lucas Rocha, da CNN)