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    Doria: ‘Em três semanas, 9 mil voluntários estarão sendo testados no Brasil’

    Informação foi divulgada pelo governador de São Paulo, João Doria, em entrevista sobre os detalhes da parceria do Instituto Butantan com farmacêutica chinesa

    Murillo Ferrari,

    da CNN, em São Paulo

    Os testes da vacina contra o novo coronavírus, que será produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a gigante farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, começam em três semanas, a partir de julho, anunciou nesta quinta-feira (11), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

    “O acordo [com a Sinovac] prevê a participação de São Paulo na realização de testes clínicos dessa vacina, com o acompanhamento de 9 mil voluntários brasileiros a partir do próximo mês de julho. Dentro, portanto, de três semanas, 9 mil voluntários já estarão sendo testados aqui no Brasil”, disse Doria em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, ao anunciar os detalhes do acordo.

    O governador ressaltou que a vacina, chamada de Coronavac, já foi administrada em mais de 1 mil pessoas nas fases 1 e 2 dos testes na China. “Agora, a fase 3 que é a última, [será] aqui em 9 mil voluntários brasileiros.”

    Além disso, Doria afirmou que a previsão é que a vacina esteja disponível para o público até junho de 2021 e que o Instituto Butantan fornecerá o método de prevenção contra a doença de forma gratuita para o SUS (Sistema Único de Saúde).

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    Sobre o acordo com a Sinovac, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que essa era uma das opções avaliadas pelo governo, mas não a única.

    “Está no DNA do Butantan, de seus pesquisadores, funcionários, técnicos, que desde o surgimento dessa epidemia estavam negociando e vendo quais seriam as melhores oportunidades, não só com a Sinovac, mas com outras [empresas] também”, disse. 

    Ele explicou que a vacina desenvolvida pela Sinovac utiliza um vírus inativado do novo coronavírus. “Ou seja, não contém vírus vivo, apenas fragmentos, e essa tecnologia é uma tecnologia que o Butantan domina.”

    “Essa é a grande vantagem. O Butantan já produz sua vacina da dengue nessa tecnologia. Nós já conhecemos, temos capacidade produtiva. Daí a capacidade desse acordo”, completou.

    Covas também esclareceu que, em um primeiro momento, a vacina poderá vir da China, onde já há um estoque para fornecimento em grande escala, mas depois passará a ser produzida no Brasil.

    O lado chinês na parceria

    Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira, o laboratório Sinovac Biotech afirmou que a parceria com o Instituto Butantan é o primeiro de uma série de acordos que devem ser concluídos entre as partes para estabelecer uma ampla colaboração que inclui licenciamento de tecnologia, autorização de mercado e comercialização do Coronavac, o nome da vacina criada pelo laboratório.

    “Essa pandemia tem um impacto trágico em todo o mundo e esta aliança distinta com Sinovac para conduzir a última fase dos ensaios clínicos trará esperança de ter uma vacina a curto prazo. O Butantan espera apoiar não apenas o desenvolvimento clínico, mas também as atividades de comercialização e fabricação da Coronavac no Brasil”, afirmou Dimas Covas, na nota divulgada pelo laboratório chinês.

    O CEO da Sinovac, Weidong Yin, também elogiou a parceria e se disse orgulhoso de trabalhar com o Instituto Butantan. “A Sinovac poderá aumentar a velocidade sem precedentes do desenvolvimento do Coronavac sem comprometer nossos altos padrões e procedimentos de segurança”, disse.