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    Dor é sintoma mais dominante na Covid longa, segundo estudo

    Dor de cabeça, nas articulações ou de estômago atingem 26,5% dos participantes da pesquisa

    Gabriela Maraccinida CNN

    Dor pode ser o sintoma mais prevalente e grave em pessoas com Covid longa, segundo um novo estudo liderado por pesquisadores da University College London (UCL). O trabalho, publicado no JRSM Open na quarta-feira (28), mostrou que diferentes tipos de dor são os sintomas mais comuns de quem sofre com a condição, atingindo 26,5% dos participantes da pesquisa.

    A Covid longa é uma condição caracterizada pela persistência de sintomas relacionados à doença por mais de quatro semanas após o fim da infecção. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), entre 10% a 20% das pessoas infectadas pela Covid-19 apresentam sintomas de Covid longa, em média. No Brasil, um estudo da Fiocruz identificou que cerca de 50% das pessoas diagnosticadas com Covid-19 apresentaram sintomas pós-infecção.

    O estudo analisou dados de mais de mil pessoas na Inglaterra e no País de Gales que registraram seus sintomas em um aplicativo entre novembro de 2020 e março de 2022. Segundo a análise, a maior parte dos participantes relataram dor, incluindo dor de cabeça, dor nas articulações e dor de estômago.

    Além deles, outros sintomas relatados foram problemas neuropsicológicos, como ansiedade e depressão (18,4%), fadiga (14,3%) e falta de ar (7,4%). A análise descobriu, ainda, que a intensidade dos sintomas, particularmente a dor, aumentou em 3,3% em média a cada mês desde o registro inicial.

    Fatores demográficos e de gênero também impactaram os sintomas

    Segundo os pesquisadores, fatores demográficos também mostraram ter um impacto na gravidade dos sintomas. Pessoas mais velhas tinham sintomas mais intensos, com aqueles com idade entre 68 e 77 anos relatando 32,8% mais sintomas graves. Já aqueles com idade entre 78 e 87 anos experimentaram um aumento de 86% na intensidade dos sintomas em comparação com a faixa etária de 18 a 27 anos.

    Fatores de gênero também demonstraram impactos divergentes. No estudo, as mulheres relataram 9,2% mais sintomas intensos, incluindo dor, em relação aos homens. A etnia também influenciou nos resultados, com pacientes não brancos relatando 23,5% mais sintomas intensos de Covid longa em comparação com pessoas brancas.

    O status socioeconômico, medido pelo Índice de Múltipla Deprivação (IMD), também mostrou influência. Segundo o estudo, participantes de áreas menos carentes relataram sintomas menos intensos do que aqueles das áreas mais carentes. No entanto, o número de sintomas não variou significativamente de acordo com o status socioeconômico.

    “Nosso estudo destaca a dor como um sintoma predominantemente autorrelatado na Covid longa, mas também mostra como fatores demográficos parecem desempenhar um papel significativo na gravidade dos sintomas”, afirma David Sunkersing, do Instituto de Informática em Saúde da UCL e autor principal do estudo.

    “Com ocorrências contínuas de Covid-19 (por exemplo, variantes LB.1 ou D-FLiRT), o potencial para mais casos de Covid longa continua sendo uma preocupação urgente. Nossas descobertas podem ajudar a moldar intervenções direcionadas e estratégias de suporte para aqueles em maior risco”, avalia.

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