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    Doenças renais: veja os principais fatores de risco e como prevenir

    Se não tratadas adequadamente, as doenças renais podem levar à insuficiência renal e outras complicações de saúde; entenda

    Gabriela Maraccinida CNN

    Nesta quinta-feira (14), é reconhecido o Dia Mundial do Rim, data criada para ressaltar a importância da prevenção e tratamento adequado para a Doença Renal Crônica. De acordo com a ISN (Sociedade Internacional de Diálise), cerca de 850 milhões de pessoas no mundo convivam com uma doença renal, o que representa aproximadamente 11% da população. Além disso, cerca de 2,4 milhões de pessoas morrem por ano devido a problemas renais.

    Os rins são fundamentais para a filtragem de substâncias tóxicas no corpo. De acordo com Geovana Basso, diretora de Assuntos Médicos da Baxter na América, o órgão é importante para manter o equilíbrio de minerais no organismo, como sódio e potássio, regular o pH do sangue, equilibrar o volume líquido do corpo e produzir hormônios e substâncias benéficas para o organismo, como a vitamina D.

    No entanto, algumas condições podem deteriorar a saúde dos rins, como é o caso do diabetes, hipertensão, obesidade e doenças cardiovasculares.

    “A maior preocupação reside nas enfermidades renais que possam comprometer a função dos rins e levar um paciente a necessitar de diálise ou transplante de rim”, afirma Miguel Riella, presidente da Fundação Pró-Renal, à CNN. “As duas principais enfermidades responsáveis por pelo menos 60% dos pacientes hoje dia em diálise são a hipertensão arterial e diabetes”, completa.

    Principais doenças renais e seus riscos

    De acordo com Paulo Lins, nefrologista e gerente médico da Baxter, “as doenças renais são um grupo diversificado de condições que afetam a estrutura e função dos rins”. As principais são:

    • Doença renal crônica: condição de longo prazo em que os rins não funcionam como deveriam, podendo levar à insuficiência renal com necessidade de diálise ou transplante. Entre as principais causas estão o diabetes e a hipertensão arterial;
    • Glomerulonefrite: conjunto de doenças que afetam os glomérulos, estruturas microscópicas que atuam na filtração do sangue, e que pode levar à perda de proteína na urina e diminuição da função renal;
    • Infecções do trato urinário: no caso da pielonefrite, a infecção pode afetar os rins e causar danos significativos, podendo levar à sepse (infecção generalizada);
    • Cálculos renais: formação sólida de cristais que se acumulam os rins e no restante do trato urinário, causando dor intensa e obstrução do fluxo urinário, podendo levar a infecções ou danos renais.

    Hipertensão e diabetes: qual a relação com a doença renal?

    De acordo com Lins, comorbidades como diabetes e hipertensão estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças renais. No caso do diabetes, o alto nível de açúcar no sangue pode danificar os vasos sanguíneos, incluindo os glomérulos dos rins. “Quanto mais glomérulos danificados, pior fica a situação do rim, gerando um quadro chamado nefropatia diabética. Se não controlada, pode levar à necessidade de diálise ou transplante renal”, afirma.

    Além disso, o diabetes pode causar danos aos nervos, afetando o funcionamento da bexiga, condição chamada neuropatia diabética. Por fim, pessoas com diabetes têm mais risco de desenvolver infecções no trato urinário.

    “A longo prazo, o dano renal causado pelo diabetes pode levar a uma condição chamada doença renal crônica (DRC), na qual a função renal diminui gradualmente ao longo do tempo. Se a doença renal crônica não for tratada, ela pode progredir para insuficiência renal, uma condição séria em que os rins param de funcionar”, afirma.

    Já a hipertensão não controlada pode causar a esclerose, que é o endurecimento de vasos sanguíneos renais. “Nos rins, a esclerose dos vasos renais pode levar à redução da eficiência da filtração renal”, diz Lins. Com o tempo, também pode levar à doença renal crônica.

    Outros fatores de risco para doenças renais

    Além das condições de saúde já citadas, existem outros fatores de risco associados ao desenvolvimento de doenças renais. É o caso do uso prolongado de certas substâncias tóxicas e medicamentos, como os anti-inflamatórios não esteroides (ibuprofeno, naproxeno e diclofenaco). O tabagismo, a exposição a toxinas ambientais, a desidratação crônica e uma dieta rica em sal, proteínas e outros componentes também podem prejudicar a saúde dos rins.

    Fatores genéticos também estão associados ao desenvolvimento de doenças renais, segundo Lins. Indivíduos com um histórico familiar de doença renal têm maior risco de desenvolver a enfermidade também. O mesmo vale para condições hereditárias, como diabetes tipo 1 e 2, hipertensão e certas formas de glomerulonefrite que podem ter componentes genéticos que aumentam o risco de doença renal.

    Como detectar e prevenir as doenças renais?

    Para ter sucesso no tratamento de doenças renais, dois fatores são fundamentais: atenção aos sinais de alerta e o diagnóstico precoce. “A doença renal crônica se instala lentamente, sem sintomas. Os pacientes podem perder 80% da função dos rins sem perceber. Por isso, existe a importância de fazer os exames para avaliar as funções dos rins”, afirma Riella.

    Os principais exames para diagnosticar doença renal são:

    • Exame de sangue: dosagem de creatinina;
    • Exame de urina: detecção de proteína (albumina) na urina, presença de sangue ou células inflamatórias na urina.

    “O diagnóstico precoce pode evitar a progressiva perda de função dos rins com medidas que vão variar de acordo com a causa básica que levou a insuficiência dos rins”, completa o especialista. O tratamento varia de acordo com a doença renal e, em casos graves, pode incluir a diálise e o transplante de rim.

    A prevenção inclui o bom tratamento das doenças que representam um risco para a saúde renal, como o diabetes e a hipertensão. Além disso, alguns hábitos são fundamentais para prevenir a doença renal, como:

    • Manter um peso saudável;
    • Adotar uma dieta equilibrada;
    • Exercitar-se regularmente;
    • Evitar o uso de anti-inflamatórios não esteroides;
    • Não fumar;
    • Limitar o consumo de álcool;
    • Manter-se hidratado;
    • Realizar exames regulares.

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