Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    #CNNPop

    “Divórcio do sono”: dormir separado pode melhorar a relação do casal? Entenda

    Prática tem sido adotada por pessoas que têm algum distúrbio do sono, como ronco, insônia ou movimentos constantes durante a noite

    Sintomas de apneia do sono
    Sintomas de apneia do sono Imagem: Shutterstock

    Bárbara Carvalhocolaboração para a CNN

    São Paulo

    Dormir em quartos separados pode mais saudável para as relações de casais? Uma pesquisa da Sleep Foundation aponta que um a cada cinco casais americanos que moram juntos tem optado por dormir em quartos diferentes.

    A prática, que recebeu o nome de “divórcio do sono”, tem sido uma alternativa usada para casais que buscam respeitar a individualidade um do outro.

    O sono é uma necessidade básica e essencial para a saúde e bem-estar de qualquer indivíduo. Durante o descanso, o corpo se recupera, o cérebro processa as informações e ocorre a consolidação da memória. No entanto, diversos fatores podem prejudicar uma noite de sono tranquila, e compartilhar a cama com o parceiro, ainda de acordo com o estudo, pode ser um deles.

    Distúrbios do sono como ronco, insônia ou movimentos constantes durante a noite são comuns em muitos casais. Essas perturbações podem levar a noites mal dormidas, irritabilidade durante o dia e até mesmo problemas de saúde a longo prazo. Conscientes disso, alguns casais estão optando por dormir em quartos separados para evitar tais interrupções e melhorar sua qualidade de sono.

    Embora possa parecer incomum à primeira vista, essa prática não necessariamente precisa ser vista como um sinal de problemas conjugais. Pelo contrário, é um passo que os casais modernos estão dando para promover a saúde e o bem-estar pessoal e, por consequência, fortalecer o relacionamento.

    A psicóloga e mestre em Psicologia e Saúde pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) Ana Streit explica que, acima de tudo, é preciso cuidar da relação.

    “O essencial é avaliar o quanto dormir em camas separadas, de fato, beneficiará a relação. Ou seja, é preciso pensar se é uma solução ou se está apenas camuflando algum problema não resolvido que pode ser da relação ou mesmo algum problema de saúde”, diz a psicóloga.

    Em outra pesquisa realizada neste ano pela Sleep Foundation. com 1.250 adultos também americanos, 1,4% dos entrevistados dormiram separados dos parceiros durante um ano ou mais.

    Um pouco mais da metade (52,9%) dos participantes afirmaram que dormir sozinho melhorou a qualidade do sono. A especialista afirma, no entanto, que a atitude de dormir em quartos diferentes pode gerar um distanciamento físico e acarretar em distanciamento emocional.

    “O relacionamento amoroso tem um caráter diferente de todos os outros, no caso, a atração. Ao aceitar uma relacionamento amoroso pobre em atração e conexão emocional, a pessoa deixa de viver uma relação em sua plenitude e, com isso, perde o que só o envolvimento entre um casal pode oferecer.”

    Ana provoca uma reflexão para os casais que estiverem pensando em dormir separados. “Quais os momentos que o casal terá de intimidade e conexão, para além das relações sexuais? Qual a profundidade da sintonia emocional do casal? É preciso ficar atento para não estar sozinho dentro de um relacionamento”, diz.

    É essencial que os casais que optem por dormir em quartos separados mantenham uma comunicação aberta e honesta para evitar qualquer sentimento de rejeição ou distanciamento. Compreender as necessidades individuais de cada um e encontrar maneiras de fortalecer a conexão e a intimidade fora do quarto é fundamental para que a escolha seja benéfica para ambos.