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    Dinamarca: OMS estuda biossegurança de criações de visons

    A Organização quer prevenir novos casos de transmissões de vírus entre animais e humanos

    Emma Farge e Kate Kelland, , da Reuters

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) está estudando a biossegurança de fazendas de criação de visons em todo o mundo para prevenir outros eventos de “spillover”, ou seja transmissão de vírus de animais para humanos,  após a Dinamarca ter ordenado o abate desses animais por conta de um surto de infecções por coronavírus.

    Maria van Kerkhove, líder técnica da OMS para a Covid-19, disse em atualização na sexta-feira (6) que as transmissões de vírus entre animais e humanos são “uma preocupação”.

    Mas também acrescentou: “Mutações [em vírus] são comuns. Esse tipo de mudanças nos vírus são algo que temos acompanhado desde o início.”

    O risco é muito menor em outros animais de fazenda do que em visons, que aparentam ser muito mais suscetíveis à infecção, um segundo especialista da OMS disse.

    “Estamos trabalhando com nossos escritórios regionais…onde temos fazendas de visons, e estudando a biossegurança para prevenir outros eventos de transmissão”, afirmou van Kerkhove.

    A Dinamarca disse nesta semana que planejava abater toda a população de visons no país e anunciou novas medidas rigorosas de lockdown no norte do país para evitar que uma mutação do novo coronavírus se espalhasse entre os animais e humanos.

    O ocorrido levantou questões sobre o efeito das mutações na eficácia de potenciais vacinas da Covid-19 em desenvolvimento.

    Soumya Swaminathan, cientista líder da OMS, disse na sexta que, apesar das preocupações, ainda é cedo para tirar conclusões sobre as implicações das mutações do vírus encontrada nos visons.

    “Precisamos aguardar e ver quais são as implicações, mas não acho que devemos tirar conclusões sobre se essa mutação em particular vai afetar a eficiência de vacinas”, disse. “Não temos nenhuma evidência neste momento que afetaria”.

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    A cepa em mutação

    Carcaças de visons em Farre, na Dinamarca

    Carcaças de visons em Farre, na Dinamarca; país sacrificará até 17 milhões de animais para evitar contaminação por coronavírus

    Foto: Ritzau Scanpix – 21.out.2020/Mette Moerk via Reuters

    O Instituto Statens Serum, da Dinamarca, que lida com doenças infecciosas, afirma que uma cepa em mutação do SARS-CoV-2 foi encontrada em doze pessoas em em cinco fazendas de criação de visons.

    Kerkhove disse que a decisão da Dinamarca em abater os visons mira a prevenção do estabelecimento de um “novo hospedeiro animal para esse vírus”.

    Mike Ryan, diretor do programa de emergências da OMS, disse que a Organização faria uma avaliação dos riscos do incidente e compartilhar com os membros do comitê em algumas horas.

    Acredita-se que o novo coronavírus tenha passado de animais para humanos na China, possivelmente via morcegos ou outro animal vendido nos mercados de Wuhan, apesar de muitas questões ainda não terem resposta.

    Outros mamíferos podem contraí-lo, como gatos. Ratos e furões estão sendo intencionalmente infectados com ele para pesquisas na área da medicina.

    “Sempre existe o potencial de que isso volte para os humanos”, disse Ryan. “Essa é uma preocupação, pois espécies mamíferas como os visons são bons hospedeiros e o vírus pode evoluir entre essas espécies, principalmente se estiverem em grandes grupos”.

    Mas Ryan acrescentou que outros animais de fazenda, como porcos e galinhas, possuem protocolos de biossegurança “muito rígidos” para prevenir que vírus quebrem a barreira das espécies.

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