Dia Nacional do Idoso: veja dicas de como envelhecer com saúde
Segundo dados da Pnad Contínua, população com 65 anos ou mais no Brasil foi de 7,7%, em 2012 para 10,5%, em 2022
Com uma população em constante envelhecimento, o Brasil comemora neste domingo (1º) o Dia Nacional do Idoso. De acordo com a legislação brasileira, a data deve servir como estímulo para “promover a realização e divulgação de eventos que valorizem a pessoa do idoso na sociedade”.
Segundo dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a população com 65 anos ou mais no país cresceu em dez anos: em 2022, o grupo representava 10,5% do total, enquanto em 2012 o percentual era de 7,7%.
No âmbito da saúde, o governo federal tem como premissa para o cuidado com os idosos a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, cuja finalidade é “recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do SUS”.
São considerados alvos da portaria todos os cidadãos com 60 anos ou mais de idade.
O geriatra Natan Chehter explica que uma longevidade saudável está diretamente associada à manutenção de hábitos saudáveis ao longo de toda a vida.
“Tudo bem você começar a comer direito, a dormir bem, estimular hábitos saudáveis, quando você é idoso. Sempre existe um benefício, nunca é tarde para começar, mas quanto antes você começa esses hábitos, o seu envelhecimento vai ser proporcionalmente mais saudável”, afirma o médico.
Confira as dicas do especialista para um envelhecimento saudável:
Atividade física
Em qualquer idade, a prática de atividade física é recomendada por autoridades em saúde. No caso dos idosos, além do aumento da energia e disposição, os exercícios podem promover autonomia e independência para a realização das atividades do dia a dia, segundo informações do Ministério da Saúde.
Os exercícios físicos costumam ser divididos em dois grandes grupos: os treinos resistidos, que envolvem força muscular, e os treinos aeróbicos, que estão associados ao desenvolvimento da respiração e capacidade cardiovascular.
Os idosos precisam “de 150 minutos na semana de exercício aeróbico, então pode ser natação, corrida, caminhada, e etc. Idealmente, você intercalaria com algum exercício de resistência, seja musculação, academia, pilates, entre outros”, recomenda Chehter.
De acordo com o especialista, o indivíduo pode escolher a modalidade conforme suas preferências ou necessidades. Nos casos específicos, as práticas devem ser personalizadas, afirma o médico. “Por exemplo, o idoso que cai muito deve ser estimulado a fazer mais exercício de equilíbrio”, explica.
Alimentação
A principal dica para manter uma alimentação saudável é variar os alimentos e consumi-los em quantidades adequadas. O ideal também é apostar em alimentos frescos e evitar os ultraprocessados e industrializados.
Embora cada alimento seja rico em determinados nutrientes e traga benefícios específicos, o geriatra explica que, de maneira geral, o mais aconselhado é variar a dieta.
“Você até pode usar um alimento para ter um benefício específico, mas na prática o que a gente recomenda é que você tenha uma dieta equilibrada, com representantes dos grandes grupos alimentares: proteínas, carboidratos e gordura”, afirma.
A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), associada à Organização Mundial da Saúde (OMS), também recomenda limitar o consumo de açúcares livres para menos de 10% da ingestão total de calorias e consumir diariamente menos de 5g de sal (o equivalente a menos de 2g de sódio).
Outra indicação importante, atestada pelo Ministério da Saúde, é distribuir a alimentação em cinco ou seis refeições diárias, mantendo uma rotina de horários.
Saúde mental
Tão importante quanto estar atento aos cuidados físicos é se dedicar à saúde mental.
Um exemplo da importância de cuidar da mente na terceira idade é evitar a prevalência da depressão, um dos transtornos mentais mais comuns em idosos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, os indivíduos entre 60 e 64 anos representavam a faixa etária proporcionalmente mais afetada: 13,2% tinham sido diagnosticados.
“Você precisa continuar fazendo o cérebro ser estimulado, então você precisa recomendar atividades que desafiem essa pessoa, como aprender um novo idioma, interagir socialmente, jogos coletivos ou mesmo uma roda de debate”, orienta Chehter.
Investir nesses cuidados pode ajudar tantos nos sintomas cognitivos, associados a algumas demências, como Alzheimer, por exemplo, quanto nos sintomas emocionais e no bem-estar.