Dia Mundial de Prevenção ao Afogamento: saiba como evitar acidentes
Todos os anos, cerca de 236 mil pessoas morrem afogadas no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)


O afogamento é uma das principais causas de morte em todo o mundo para crianças e jovens de 1 a 24 anos. Todos os anos, cerca de 236 mil pessoas morrem afogadas, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mais de 90% das mortes por afogamento ocorrem em países de baixa e média renda, sendo as crianças menores de cinco anos de maior risco.
Essas mortes estão frequentemente ligadas a atividades cotidianas e rotineiras, como tomar banho, coletar água para uso doméstico, viajar em barcos ou balsas e pescar.
Nesta segunda-feira (25), o Dia Mundial de Prevenção ao Afogamento promove a conscientização sobre os cuidados que ajudam a evitar acidentes.
Os impactos de eventos climáticos sazonais ou extremos – incluindo monções – também são uma causa frequente de afogamento. De acordo com a OMS, a maioria dessas mortes é evitável, por meio de soluções baseadas em evidências e de baixo custo, como:
- instalação de barreiras que controlam o acesso à água
- fornecimento de locais seguros longe da água, como creches
- ensino de natação, segurança na água e habilidades de resgate
- treinamento de especialistas em resgate e ressuscitação
- definição e cumprimento de regulamentos de navegação e transporte seguros
- melhora na gestão dos riscos de inundação
Cuidados com as crianças
No Brasil, o afogamento é a segunda maior causa de mortalidade em pessoas com idades de 5 a 14 anos e a terceira maior causa de morte externa, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
“Crianças se afogam rápida e silenciosamente. Elas podem perder a consciência em dois minutos, os danos cerebrais ocorrem após cinco minutos e uma criança pode se afogar em cinco ou oito centímetros de água num período de apenas 30 segundos”, afirma Tânia Maria Russo Zamataro, do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da SBP.
Segundo a especialista, a cabeça e os membros superiores são as partes mais pesadas do corpo em crianças de 4 e 5 anos, o que pode levar à perda do equilíbrio com frequência e a dificuldades para se erguer.
“Isso faz com que pequenas quantidades de água em baldes, bacias, banheira, vasos sanitários, sejam suficientes para ocorrer um afogamento. É preciso lembrar que elas não têm maturidade suficiente de uma situação de emergência”, diz.
Em relação aos adolescentes, a chance de afogamento está associada ao comportamento de risco. “Uso de álcool, drogas, nadar sozinhos, doenças como convulsões, brincadeiras pouco seguras, hiperventilação voluntária e esportes radicais são alguns dos fatores dessa causa de morte entre os adolescentes”, afirma Tânia.
As medidas de prevenção ao afogamento recomendadas pela SBP incluem:
- Manter os ambientes seguros, com balde, bacias, tanques, fora do alcance de crianças menores de 5 anos
- Manter tampas de vasos sanitários sempre abaixadas, de preferência com travas específicas
- Ensinar crianças a não fazer brincadeiras arriscadas na água
- Instalar barreiras que controlem o acesso a reservatórios
- Priorizar escolas e creches sem piscinas ou lagos para crianças menores de 6 anos
- Ensinar crianças a nadar
- Aprender e treinar as pessoas responsáveis por cuidar da criança a nadar
- Ensinar sobre regras e placas de proibição em praias e piscinas
- Ficar longe de correntes fortes em rios e no mar
- Ter sempre anotados números para emergências, como o 192 (Samu)