Desinformação prejudica doação de sangue; entenda
Hemocentros enfrentam altos e baixos no abastecimento ao longo do ano, o que pode adiar tratamentos clínicos, cirúrgicos e transplantes
A doação voluntária de sangue garante o abastecimento seguro e contínuo dos hemocentros para suporte de transfusões e atendimento de diversos pacientes que dependem de tratamentos relacionados.
Os estabelecimentos enfrentam altos e baixos no abastecimento ao longo do ano, o que pode prejudicar tratamentos clínicos, cirúrgicos e transplantes, que só são viabilizados se houver o suporte transfusional adequado de hemácias, plaquetas ou até de fatores de coagulação.
Fatores como greves, tempestades, alagamentos e feriados prolongados contribuem para a diminuição dos estoques. Além disso, o medo de agulha e desinformação também afetam a oferta de doadores.
“A desinformação que nós vivenciamos a respeito da doação faz com que muitas pessoas tenham medo de doar sangue. Algumas acham que vicia, engorda, emagrece, afina ou engrossa o sangue e acabam tendo medo da agulha, de passar mal, e evitam vir doar sangue. Porém, a maioria de nós tem condição clínica de realizar esse ato, que é tão importante para toda a sociedade”, afirma Helena Sabino, médica hemoterapeuta da Fundação Pró-Sangue, vinculada ao Hospital das Clínicas de São Paulo.
A especialista avalia que a ausência de grandes catástrofes no país, como terremotos ou guerras, deixou uma lacuna no entendimento da doação de sangue como um hábito. Nesse contexto, ela destaca que as campanhas que prestam esse serviço são fundamentais.
O processo é muito simples e seguro. Em cerca de 40 minutos, o candidato passa por várias etapas, durante as quais são aferidos seus sinais vitais, uma entrevista com perguntas pessoais, que serão confidenciais, e sobre sua saúde, para atestar a possibilidade de doação. O tempo da doação é de oito a 10 minutos, período em que são coletados 460 ml de sangue.
Em São Paulo, na Região Metropolitana, existem seis postos de coleta, sendo um no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Saiba como doar sangue
Interessados devem procurar um Hemocentro (lista de hemocentros no Brasil) para checar os requisitos necessários e conferir os impedimentos temporários e definitivos – veja abaixo.
O intervalo de doação é de dois meses para homens, restrito a quatro doações por ano.
Para mulheres, as doações podem ser feitas de três em três meses, sendo no máximo três doações anuais.
Requisitos para doação
- Ter entre 16 e 69 anos;
- ter mais de 50kg;
- já ter doado alguma vez, no caso de pessoas entre 60 e 69 anos, para repetir o procedimento;
- apresentar o consentimento formal dos pais, se menor de 18 anos,
- identificação oficial com foto (carteira de identidade, carteira nacional de habilitação, carteira de trabalho, passaporte, registro nacional de estrangeiro, certificado de reservista e carteira profissional ou documentos digitais com fotos.
(Com informações de Simone Lemos, do Jornal da USP)