Decisão sobre máscaras em Duque de Caxias não tem base científica, diz médico
Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo criticou decisão da prefeitura do município fluminense, que tem menos de 30% da população completamente vacinada
O infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, criticou nesta quarta-feira (6), em entrevista à CNN, a decisão da prefeitura de Duque de Caixas, na Baixada Fluminense, que desobrigou o uso de máscaras no município.
A cidade, a primeira do país a derrubar a obrigatoriedade do acessório de proteção, tem pouco mais de 900 mil habitantes e acumula mais de 25 mil casos confirmados de Covid-19.
De acordo com a prefeitura do município da Baixada Fluminense, a nova determinação leva em conta número de pessoas vacinadas contra o novo coronavírus e os índices de casos da doença na cidade.
Segundo Chebabo, Duque de Caxias está muito atrás na campanha de vacinação contra o novo coronavírus na comparação com o restante do país e até com a capital do Rio de Janeiro. A cobertura vacinal completa (duas doses) na cidade, de acordo com o médico, é inferior a 30% e, por isso, nada justifica a orientação da prefeitura.
“Em locais fechados, o risco de transmissão é muito alto, principalmente quando se tem população com baixa cobertura vacinal’, disse. “A liberação de Caxias não segue nenhuma evidência científica, nenhum critério de comitê científico, nenhum especialista. É basicamente a opinião do prefeito tirada de não sei de onde.”
Capitais estudam medida semelhante
Três capitais brasileiras também avaliam suspender a obrigatoriedade do uso de máscara, mas somente em locais abertos. Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo avaliam a cobertura vacinal da população e os números da Covid-19 antes de tomar alguma decisão.
Para o infectologista, é o momento de começarmos a discutir a redução de medidas restritivas, mas ainda com cautela e sempre de olho nos indicadores da pandemia.
“A gente agora tem um cenário muito favorável na maior parte das cidades no Brasil, que estão avançando na vacinação, além de uma queda consistente do número de casos graves, internações e da transmissão da doença”, afirmou Chebabo.
“Então, é o momento de começarmos a pensar nas medidas de flexibilização e a retirada do uso da máscara no ambiente externo, que já foi feita por outros países.”
(Publicado por Daniel Fernandes)