Criança infectada com vírus Marburg morre em Gana, na África
País enfrenta o primeiro surto da doença que deixa três vítimas
Uma criança que contraiu o vírus Marburg, altamente infeccioso, semelhante ao Ebola, em Gana, morreu, disse uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (2).
A morte eleva o número total de vítimas no país para três desde que Gana registrou seu primeiro surto da doença no mês passado. O surto é o segundo na África Ocidental. O primeiro caso do vírus na região foi detectado no ano passado na Guiné.
O vírus é transmitido às pessoas por morcegos frugívoros e se espalha entre humanos através do contato direto com fluidos corporais, superfícies e materiais, de acordo com a OMS.
A criança morta, cujo sexo ou idade não foram divulgados, foi um dos dois novos casos relatados na semana passada pela OMS.
“Na semana passada mencionei os dois casos adicionais. Um é a esposa do caso índice e o outro é o filho do caso índice e a criança infelizmente morreu, mas a esposa ainda está viva e melhorando”, disse o médico da OMS Ibrahima Soce Fall à imprensa.
O Ministério da Saúde de Gana registrou apenas três casos confirmados e mais testes ainda precisam ser feitos em um quarto caso suspeito, disse Soce Fall.
Os dois primeiros casos, na região de Ashanti, no Sul de Gana, apresentaram sintomas como diarreia, febre, náusea e vômito, antes de morrer no hospital, disse a OMS anteriormente.
Sobre a doença
Marburg é uma febre hemorrágica, causada por um vírus altamente infeccioso da mesma família do vírus Ebola. Gana, na África Ocidental, enfrenta o primeiro surto da doença. Os casos foram confirmados por um laboratório do Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O vírus é transmitido às pessoas por morcegos que se alimentam de frutos e se espalha entre humanos através do contato direto com os fluidos corporais, superfícies e materiais contaminados.
A doença, que começa de maneira abrupta, apresenta febre alta, dor de cabeça intensa e mal-estar. O período de incubação da doença varia de 2 a 21 dias. Os pacientes desenvolvem sinais hemorrágicos graves dentro de sete dias.
De acordo com a OMS, as taxas de mortalidade de casos variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e da capacidade para o gerenciamento de casos.
Embora não existam vacinas ou tratamentos antivirais aprovados para tratar o vírus, os cuidados de suporte – como reidratação com fluidos orais ou intravenosos – e o tratamento de sintomas específicos reduzem os riscos de morte.
Diversos tratamentos potenciais, incluindo produtos sanguíneos, terapias imunológicas e medicamentosas, bem como candidatas a vacinas com dados de fase 1 estão sendo avaliados.
(Com informações de Lucas Rocha, da CNN; Edição: Andrew Heavens e Angus MacSwan)