Covid-19 matou quatro crianças e adolescentes por dia no Brasil
Sociedade Brasileira de Pediatria lança manifesto e pede celeridade na imunização do público entre 5 e 11 anos
Em meio à expectativa pelo início da vacinação contra a Covid-19 de crianças e adolescentes, o Brasil soma 2.625 mortes de pessoas entre zero e 19 anos desde a confirmação do primeiro caso da doença no país até o dia 6 de dezembro deste ano. Uma média de quatro óbitos por dia, segundo dados do Ministério da Saúde.
Os números fizeram a Sociedade Brasileira de Pediatria lançar um manifesto nessa sexta-feira (24) pela urgência da imunização da faixa etária entre 5 e 11 anos, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último dia 16.
“Ao contrário do que afirmou recentemente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o número de hospitalizações e de mortes motivadas pela Covid-19 na população pediátrica, de forma geral, incluindo o grupo de crianças de 5-11 anos, não está em patamares aceitáveis. Infelizmente, as taxas de mortalidade e de letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo”, aponta o manifesto.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2020, o país teve 373 óbitos de pessoas com menos de um ano por Síndrome Respiratória Aguda Grave causada pela Covid-19, 189 na faixa entre 1 e 5 anos e 641 pessoas de 6 a 19 anos, somando 1.203.
Neste ano, os números são ainda maiores: 418 bebês menores de um ano morreram, 208 crianças entre 1 e 5 anos, além de 796 pessoas entre 6 e 19 anos, um total de 1.422.
“Diante deste cenário, a vacina contra a Covid-19 se apresenta como uma alternativa real de controle e prevenção destes desfechos da doença e que está ao alcance dos responsáveis pelas políticas públicas de saúde do nosso País.
A vacina associou-se à elevada eficácia na prevenção da Covid-19, não só nos estudos clínicos controlados, como também em experiências de mundo real, com efetividade contra a doença e hospitalizações demonstrada em adolescentes”, defende a Sociedade Brasileira de Pediatria no manifesto.
A entidade ainda destaca que o país já registrou mais de 1,4 mil casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica, doença que aparece após a infecção por Covid-19, com pelo menos outras 85 mortes de crianças e adolescentes.
Enquanto a consulta aberta pelo governo federal sobre a vacinação pediátrica contra o coronavírus acontece, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou que a aplicação da dose pode vir acompanhada da exigência de prescrição médica e termo de consentimento livre declarado.
Em entrevista à CNN, o médico Renato Kfouri, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações e da Sociedade Brasileira de Pediatria, avaliou a medida como um desserviço à população e apontou que ela pode ampliar a desigualdade social.
“Não podemos obrigar que famílias desfavorecidas tenham que passar por consultas médicas que podem demorar muito tempo, enquanto se dá a oportunidade para as famílias mais privilegiadas, já que costumam ter mais acesso aos médicos”, disse Kfouri.
Vários gestores, como o prefeito Eduardo Paes, já adiantaram que não vão aderir à exigência. Diante da fala de Queiroga, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, deu um prazo de cinco dias para o governo federal explicar a necessidade da prescrição médica.
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Filas para testes da Covid-19 chegam a até três horas de espera em Barcelona, na Espanha • David Zorrakino/Europa Press via Getty Images
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Médico examina paciente com Covid-19 em hospital em Codogno, na Itália • 11/02/2021 REUTERS/Flavio Lo Scalzo
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Pedestres cruzam a ponte de Westminster após novas restrições serem implementadas devido à variante Ômicron do coronavírus • , em Londres28/11/2021 REUTERS/Tom Nicholson
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Shopping em Londres, Reino Unido. País sofre com a disseminação da variante Ômicron. • Reuters/May James
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Fila para tomar a dose de reforço em Londres, Inglaterra • Jeff J Mitchell/Getty Images
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Fila para testagem da Covid-19 em Nova York • Getty Images
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Testes de Covid-19 sendo realizados em Nova York • Anadolu Agency via Getty Images
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Pessoas aguardam em fila para teste de Covid-19 em Nova York • by Liao Pan/China News Service via Getty Images
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Fila para receber a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 em Saint-Quentin-En-Yvelines, na França • Chesnot/Getty Images
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Ômicron causa aumento de casos na Alemanha • REUTERS/Annegret Hilse
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Com aumento de casos devido à Ômicron, filas para testes da Covid-19 em Fort Lauderdale, na Flórida, nos EUA • Mike Stocker/Sun Sentinel/Tribune News Service via Getty Images
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Lojas e restaurantes estão vazios em Haarlem, na Holanda, com a declaração de um novo lockdown após a chegada da Ômicron (21 dez. 2021) • Helene Wiesenhaan/BSR Agency/Getty Images
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Homem se testa para a Covid-19 em Mumbai, na Índia, onde a nova variante já chegou (18 dez. 2021) • Satish Bate/Hindustan Times via Getty Images
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Criança recebe vacina contra Covid-19 em Montreal, no Canadá • 26/11/2021 REUTERS/Christinne Muschi
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Local de vacinação contra a Covid-19 em Dacar, no Senegal • 28/07/2021REUTERS/Zohra Bensemra
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Idoso toma vacina da Pfizer-BioNTech contra a Covid-19 no Monte Athos, Grécia • 16/11/2021 REUTERS/Alexandros Avramidis