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    Correspondente Médico: Quais os riscos do estresse pós-traumático à saúde?

    Fernando Gomes analisou o caso do goleiro russo que foi atingido por um raio em campo

    Quando o jovem goleiro Ivan Zaborovsky deu entrada no hospital após ser atingido por um raio durante um aquecimento para uma partida de futebol, poucos pensaram que ele sobreviveria. Imagens do estádio que fica nos arredores de Moscou, na Rússia, registraram o momento em que um raio luminoso atingiu o jogador de 16 anos, que caiu inconsciente no chão. 

    Na edição desta quarta-feira (22) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes falou sobre o registro impressionante. “Um episódio como esse é muito raro, mas acontece, e muitas pessoas já morreram por conta disso. Existe um ponto de entrada e de saída no nosso corpo para suportarmos este estímulo elétrico tão rigoroso”, explicou.

    “Durante essa passagem de energia elétrica, os próprios tecidos internos do corpo são destruídos. Portanto, se o indíviduo não morreu na hora, ele pode falecer devido ao produto de decomposição que permanece dentro do corpo após o episódio. Sendo assim, todo material da lesão pode desencadear uma série de outros problemas e que pode levar o indivíduo ao óbito, o que não aconteceu neste caso”, comentou o médico.

    Gomes também falou sobre as consequências do estresse pós-traumático e quais os impactos desses episódios em nosso cérebro. 

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    De acordo com o neurocirugião, após o indíviduo passar por uma experiência que ‘impressiona’ o cérebro, ele pode desencadear os seguintes sintomas de estresse pós-traumático: a reexperiência traumática a partir de ‘flashbacks’, a esquiva e isolamento social gerados pelo medo, além da hiperexcitabilidade psíquica e psicomotora, que é a agitação do corpo de maneira involuntária ao relembrar o momento. 

    Na avaliação do médico, Ivan Zaborovsky passou por um momento de extrema delicadeza e que ter sobrevivido é “praticamente um milagre”. No entanto, Gomes afirma ainda que o grande desafio, a partir do ponto de vista mental, é saber como ele vai lidar com todo esse processo. Para ele, a questão mental precisa de um ‘carinho diferenciado’. 

    “Após essa experiência o jogador pode desencadear um quadro de estresse pós-traumático muito grande. O jogador teve esta lesão, mesmo sendo muito rara de acontecer. E se ele desenvolver um medo terrível de voltar a jogar?”, questionou o médico.

    E continuou: ” Toda informação negativa que nós temos, acaba impressionando e atingindo a região do Hipocampo, que cuida de nossas memórias. A partir disso, esta ‘memória’ poder vir à tona e desencadear diversos efeitos físicos como o medo, insegurança ou flashbacks por exemplo. É necessário buscar ajuda profissional”, finalizou.

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