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    Correspondente Médico: Quais as causas do transtorno de ansiedade e como tratar?

    Neurocirurgião Fernando Gomes aborda o que é essa condição psicológica, quais os prejuízos para a saúde e as alternativas para o tratamento

    “Quem tem ansiedade está vivendo um pouquinho mais no futuro do que realmente agora no presente”. É dessa forma que, para começar, o neurocirurgião Fernando Gomes resume a cabeça de quem lida com diagnóstico de ansiedade.

    Na edição desta terça-feira (11) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião aborda o que é essa condição psicológica, o que pode causá-la, quais os prejuízos disso para a saúde e quais as alternativas para o tratamento.

    O especialista afirma que o diagnóstico é diferente de, por exemplo, estar ansioso devido a uma expectativa por alguma coisa. No caso da saúde mental, a ansiedade rompe com o que ele classifica como “o equilíbrio para que o cérebro funcione de uma forma harmônica e a gente tenha a real dimensão do que foi passado, do presente e do que é futuro”.

    “Existe um desbalanço em, pelo menos, três circuitos cerebrais de uma pessoa que tem a ansiedade como diagnóstico. Não é simplesmente estar na expectativa de algo que está para acontecer. A gente bota o nome de ansiedade, mas, na verdade, não estamos falando da doença”, pontua.

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    O neurocirurgião Fernando Gomes fala sobre ansiedade no quadro Correspondente Mé
    O neurocirurgião Fernando Gomes fala sobre ansiedade no quadro Correspondente Médico
    Foto: CNN (11.ago.2020)

    No caso do problema de ordem psíquica, há uma “hiperativação a partir do locus coeruleus junto com outro sistema, que faz uma relação com o hipocampo, que consolida as memórias, e a área septal, que é a do prazer”. 

    “E isso modula uma expectativa que tenho. Se eu estou bem, consigo esperar, mas não fico sofrendo de uma forma desenfreada. Já a pessoa com ansiedade perde esse equilíbrio natural em que a gente gerencia a nossa vontade de um desfecho futuro e a realidade do presente”, acrescenta.

    Segundo o neurocirurgião, ainda há um terceiro sistema envolvido – na relação que existe entre o sistema límbico da amígdala e do hipotálamo – e tem ligação com as manifestações físicas de ansiedade. 

    “Acarreta na liberação de maior adrenalina em uma situação na qual o indivíduo fica preparado para um desfecho negativo a todo momento, o que causa reações físicas, emocionais e psicológicas, como instabilidade da percepção do tempo, conflito interno e desconforto físico, por exemplo”, explica Gomes.

    Vários fatores podem contribuir para a ansiedade evoluir para um transtorno ansioso. Segundo o médico, os dois maiores são eventos externos traumáticos e herança genética – que aumenta o risco de desenvolver o transtorno.

    Para casos de evolução da ansiedade para o quadro de transtorno, o tratamento consiste em uso de medicamentos (para reduzir o nível da ansiedade e regular o humor) e acompanhamento médico especializado com psicoterapia, além de mudanças na rotina, com atividades físicas e meditação, que “trazem um controle maior para o cérebro hiperativado”.

    (Edição: André Rigue)

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