Correspondente Médico: Por que intimidar causa sensação de poder?
Fernando Gomes analisou cenas de vandalismo após jogo do Campeonato Paulista
A derrota por 1 a 0 para o Corinthians gerou vandalismo na sede do Palmeiras. Após o clássico, disputado em Itaquera na quarta-feira (23), torcedores quebraram os portões da entrada do clube na zona oeste de São Paulo. A ação durou poucos minutos, e deixou estragos. Até o momento, ninguém foi preso.
Antes do jogo, na manhã de quarta, o gramado, as traves e os arredores da Arena Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, amanheceram pichados e com cartazes com mensagens alusivas ao Palmeiras dia do clássico entre as duas equipes.
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Na edição desta quinta-feira (23) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes falou sobre como o cérebro reage ao comportamento violento, presente também em atos de vandalismo, e por qual motivo esse tipo de atitude gera uma sensação de poder.
“Além de causar uma sensação de agonia, o comportamento violento é uma forma de dominação que provoca medo nas pessoas”, disse.
Gomes alertou ainda que a sensação de frustração pode despertar raiva e agressividade. “O problema maior é quando a gente tem o ‘transbordar da emoção’ através de atos de vandalismo. O medo acaba sendo o sentimento mais despertado nas pessoas ao redor. Além disso, a pessoa acaba se arriscando para mostrar que tem poder”, explica.
Há fatores neurológicos, ambientais e genéticos por trás do comportamento violento, que ainda são estudados. De acordo com o neurocirurgião, o que se sabe até o momento é que quando alguma decisão moral precisa ser tomada, o cérebro reage, já pensando em como quebrá-la.
No entanto, esse corportamento aumenta a ansiedade e o medo – que funciona como ‘freio de emergência’ para impedir que o indíviduo burle as regras da sociedade.
“Pessoas que não possuem este ‘freio’, podem ter baixa função da região da amígdala, a parte responsável pela consciência, remorso, culpa e medo. Além disso, o medo é um sentimento que nos faz ficar pequenos diante da situação que nos assusta. Portanto, o indívíduo que não tem este ‘filtro’, pode agir de maneira mais agressiva e com mais frequência, devido a ausência deste sentimento”, finalizou o médico.
(Edição: Sinara Peixoto)