Correspondente Médico: O que é síndrome de burnout e quais os sintomas?
No quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explica os sintomas do esgotamento profissional e como ele afeta a vida pessoal
Com mais de dois milhões de casos confirmados de Covid-19 no Brasil, cresce a preocupação com a saúde mental de profissionais que estão na linha de frente do combate à pandemia – que já matou 80.120 pessoas em todo o país. Entre as condições psicológicas que podem afetar essas pessoas está a síndrome de burnout.
Na edição desta terça-feira (21) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explica o que é essa condição e como ela se manifesta no corpo humano.
“Ela foi descrita na década de 1970 e é uma síndrome relacionada ao esgotamento profissional”, resume o especialista. “Profissões que demandam uma performance muito grande – com metas que precisem de muito esforço e, muitas vezes, com o próprio comprometimento da pessoa com aquilo – acabam representando atividades laborativas de risco para isso”, acrescenta.
De acordo com ele, a síndrome de burnout já foi vista como “frescura para não trabalhar”, mas hoje já é entendida como “um envolvimento profundo da pessoa com aquela causa”, que gera sintomas em outras esferas da vida do profissional.
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Os sintomas de burnout são mentais, físicos, comportamentais e emocionais. Apesar de atingir tantas áreas da vida pessoal e profissional, o médico afirma que “uma pessoa geralmente não percebe que está passando por isso”. “Mas cérebro acaba dando um alerta, e o comportamento pode mudar”, aponta.
Entre os sinais físicos, dores de cabeça, dores no corpo e cansaço. “Ainda podem ter alterações do próprio sistema digestivo, como diarreia e intestino preso”, complementa.
Já as alterações mentais estão relacionadas com diminuição de concentração e até alteração da memória. “Sensação de apagão e lapso de memória acontecem com mais frequência”, descreve Gomes.
No campo emocional, a pessoa com burnout pode desenvolver ansiedade, depressão e baixa autoestima como efeito do esgotamento profissional. “Uma pessoa que antes fazia algo com bastante louvor e tranquilidade passa a se sentir incapaz ou não tão boa, apesar de, muitas vezes, estar fazendo muito bem”, exemplifica.
Por fim, o comportamento é alterado diante de todo esse cenário e fatores. O isolamento, a agressividade e a irritabilidade são sinais. O padrão do sono e os hábitos alimentares também podem ser afetados pela síndrome de burnout, que, segundo o médico, é algo “pouco mais profundo” do que a estafa.
(Edição: Sinara Peixoto)