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    Saturação de oxigênio: entenda o que é, níveis e como fazer a medição

    Neurocientista Fernando Gomes esclarece o que a saturação significa para o organismo e como identificar o nível ideal

    Da CNN

    Respirar é uma ação vital e um processo tão automático que muitas vezes não as pessoas não se dão conta de sua importância.

    No entanto, há um aspecto crucial relacionado à respiração que merece atenção especial: a saturação de oxigênio. Esse termo pode soar desconhecido para muitos, mas seu significado é necessário para entender como o organismo funciona

    A seguir, o neurocientista Fernando Gomes explica o que é saturação de oxigênio, qual o nível considerado normal e quando indica risco à saúde.

     

    O que é saturação de oxigênio?

    A saturação de oxigênio refere-se à quantidade de oxigênio que está sendo transportada pelo sangue e que está disponível para os tecidos e órgãos do nosso corpo.

    “Para as células do corpo funcionarem de uma maneira adequada, ela precisa receber oxigênio e glicose – para que faça seu processo de respiração, produza energia e as organelas celulares funcionem de uma forma normal e tranquila”, esclarece o neurocientista Fernando Gomes.

    Essa saturação funciona como um indicador importante para avaliar a eficiência do sistema respiratório e a capacidade do organismo em fornecer oxigênio suficiente para suas necessidades metabólicas.

    “Existem níveis que são considerados normais para que o organismo funcione bem em termos da saturação”, explica Gomes.

    Por que medir?

    A medição da saturação de oxigênio desempenha um papel fundamental na avaliação da saúde respiratória e circulatória de uma pessoa.

    Esse dado fornece informações cruciais sobre a capacidade dos pulmões em absorver o oxigênio e liberar dióxido de carbono.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), medir a saturação do oxigênio também é necessário quando se suspeita de uma doença pulmonar — nesses casos, o nível de oxigênio sanguíneo pode vir a ser menor do que o normal.

    Sendo assim, essa medição é importante para saber se e quando isso ocorre, pois, quando o nível de oxigênio é baixo, as células do corpo podem ter dificuldade de trabalhar apropriadamente.

    Em casos avançados de Covid-19, a saturação de oxigênio também pode reduzir. O oxigênio é como o “combustível” essencial que impulsiona o funcionamento adequado do nosso corpo. Quando os níveis de oxigênio estão baixos, todo o organismo pode ser afetado negativamente.

    Ter um nível significativamente baixo de oxigênio no sangue pode sobrecarregar o coração e o cérebro, prejudicando seu desempenho e funcionamento adequado.

    Como medir o nível de saturação?

    Medida em porcentagem, o nível de saturação de oxigênio é comumente obtida através de um dispositivo chamado oxímetro de pulso, que geralmente é colocado no dedo ou lóbulo da orelha para realizar a medição de forma não invasiva.

    O funcionamento básico do oxímetro de pulso é o seguinte: ele emite luz infravermelha através da pele, e um fotodetector do dispositivo mede a quantidade de luz que é absorvida pelo sangue.

    O oxigênio no sangue absorve mais luz infravermelha do que o sangue desoxigenado, permitindo que o oxímetro determine a quantidade de oxigênio presente no sangue.

    Após a medição, o oxímetro de pulso exibe a saturação de oxigênio como um valor percentual, indicando a porcentagem de glóbulos vermelhos que estão transportando oxigênio.

    É preciso ter um oxímetro em casa?

    Depende. Especialistas dizem que a compra de um oxímetro como medida preventiva para detectar casos de, por exemplo, Covid-19, além de não ser necessária, pode levar a erros e causar pânico de forma desnecessária.

    Isso acontece porque pacientes com essa doença apresentam sintomas como febre, dor no corpo, cansaço, dor de cabeça, dor de garganta, antes de apresentarem insuficiência respiratória.

    “Nunca um paciente com Covid-19 vai ter como primeiro sintoma a queda na oxigenação no sangue”, explica o médico pneumologista do Hospital Israelita Albert Einstein, José Eduardo Afonso Jr, à CNN.

    Qual é a saturação de oxigênio normal?

    Qual o valor normal de saturação de oxigênio?
    Qual o valor normal de saturação de oxigênio? / Imagem: Shutterstock

    “Entre 95% e 100%, a pessoa está bem. De 90% a 95%, gera preocupação. Abaixo de 90%, alguma medida precisa ser tomada, porque pode levar a uma situação de sofrimento, muitas vezes, irreversível dos órgãos”, aponta o neurocientista.

    Valores abaixo de 90% podem indicar uma condição médica subjacente que requer atenção médica.

    É sempre recomendado consultar um profissional de saúde para interpretar corretamente os resultados, conferir a saturação de oxigênio normal e avaliar qualquer sintoma ou preocupação relacionada à respiração.

    O que fazer quando o nível de saturação está baixo?

    Em casos de baixa saturação, os tratamentos possíveis incluem intubação endotraqueal e oferecer mais oxigênio que o normal. De acordo com o médico, a segunda opção “causa uma ‘briga’ de oferta e procura, garantindo níveis normais de oxigênio no sangue”.

    Quando os níveis de oxigênio estão baixos, é importante evitar esforço físico excessivo até que a situação seja avaliada por um profissional de saúde. Isso ajuda a reduzir a carga sobre o sistema cardiovascular e permite que o corpo se recupere.

    É importante seguir rigorosamente as instruções do profissional de saúde. Eles podem recomendar um tratamento específico com base na causa subjacente da baixa saturação.

    Isso pode incluir medicamentos para tratar doenças respiratórias, ajustes na terapia de oxigênio ou outros procedimentos médicos necessários.

    Condições médicas relacionadas à baixa saturação de oxigênio

    Condições médicas relacionadas à baixa saturação de oxigênio
    Condições médicas relacionadas à baixa saturação de oxigênio / Imagem: Shutterstock

    Condições médicas relacionadas à baixa saturação podem ter um impacto significativo na saúde e no bem-estar de uma pessoa. Conheça algumas das mais comuns.

    Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

    A DPOC é um termo abrangente que inclui doença pulmonar obstrutiva crônica e enfisema.

    Essas condições são caracterizadas por uma obstrução das vias aéreas, resultando em dificuldade para respirar e uma diminuição da capacidade dos pulmões de absorver o oxigênio adequadamente.

    A baixa saturação é comum em pessoas com DPOC, especialmente durante as exacerbações da doença.

    Asma

    A asma é uma condição inflamatória crônica das vias aéreas que causa estreitamento e obstrução das vias respiratórias.

    Durante os episódios de asma, a saturação pode diminuir devido à dificuldade em respirar e à redução do fluxo de ar nos pulmões.

    Pneumonia

    A pneumonia é uma infecção dos pulmões que pode resultar em inflamação e acúmulo de líquido nos alvéolos pulmonares. Isso pode interferir na troca de oxigênio e levar a uma diminuição da saturação.

    Insuficiência cardíaca congestiva

    A insuficiência cardíaca congestiva ocorre quando o coração não consegue bombear sangue eficientemente para o resto do corpo. Isso pode levar a uma diminuição da oxigenação adequada dos tecidos e resultar em baixa saturação.

    Apneia do sono

    A apneia do sono é um distúrbio no qual a respiração é interrompida repetidamente durante o sono. Isso pode resultar em períodos de baixa saturação, pois a respiração é interrompida e a troca gasosa é prejudicada.

    Fibrose pulmonar

    A fibrose pulmonar é uma doença na qual o tecido pulmonar fica cicatrizado e espessado. Essa condição pode reduzir a capacidade dos pulmões de absorver oxigênio adequadamente.

    Quais são os sintomas de baixa saturação de oxigênio?

    Os sintomas de baixa saturação podem variar de pessoa para pessoa, e a gravidade dos sintomas também pode depender da extensão da diminuição nos níveis de oxigênio.

    Alguns sintomas comuns podem incluir:

    • Falta de ar (dispneia): sentir dificuldade em respirar ou a sensação de não conseguir obter ar suficiente;
    • Respiração acelerada (taquipneia): respiração rápida e superficial;
    • Cianose: uma coloração azulada nos lábios, unhas ou pele, devido à falta de oxigenação adequada;
    • Confusão mental: dificuldade de concentração, desorientação e lapsos de memória;
    • Fadiga: sensação de cansaço excessivo e falta de energia;
    • Batimentos cardíacos acelerados (taquicardia): aumento da frequência cardíaca;
    • Ansiedade ou agitação: sentimentos de agitação, nervosismo ou inquietação;
    • Tontura ou vertigem: sensação de desequilíbrio ou rotação ao redor;
    • Dores no peito: desconforto ou dor no peito.

    É importante lembrar que esses sintomas podem ser causados por outras condições de saúde, portanto, é fundamental consultar um profissional de saúde para uma avaliação adequada e um diagnóstico preciso.

    Se você ou alguém próximo apresentar sinais de baixa saturação, procure atendimento médico imediatamente.

    Como aumentar a saturação de oxigênio no organismo?

    Segundo especialistas, para aumentar a saturação de oxigênio no organismo, há várias estratégias:

    • Ficar sentado em vez de deitado, para reduzir a pressão sobre os pulmões;
    • Respirar fundo e lentamente, para aumentar a quantidade de ar que chega nos pulmões;
    • Ficar num local arejado, para garantir maior quantidade de oxigênio;
    • Evitar locais muito quentes ou muito frios, pois podem dificultar a respiração;
    • Fazer exercícios regulares, que podem melhorar os níveis de forma sistêmica;
    • Ter uma alimentação saudável, que desempenha um papel importante na saturação sanguínea do oxigênio.

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